Obama critica republicanos que negam mudança climática
Para o presidente americano, muitos congressistas republicanos só negam o fenômeno por medo de represálias do Tea Party, a ala mais radical do partido
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou na noite desta quarta-feira os congressistas republicanos que evitam reconhecer a mudança climática temendo represália da ala mais radical de seu partido – o Tea Party, que nega o fenômeno. “É bastante difícil encontrar pessoas que digam que as emissões de carbono não são um problema”, afirmou Obama em discurso durante o jantar anual da Liga de Eleitores Conservacionistas, uma organização ambiental.
“Quando falamos com as pessoas em geral, elas podem não saber o quão grande é o problema, como funciona exatamente, duvidar que possamos fazer algo a respeito, mas, em geral, não dizem: ‘Não, não acredito em nenhuma palavra dos cientistas'”, afirmou Obama. O presidente americano afirmou que existe apenas uma exceção e perguntou aos presentes em que lugar há pessoas que negam as afirmações dos cientistas, e foi prontamente respondido: “No Congresso”.
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“No Congresso, no Congresso”, disse entre risos Obama, que garantiu que lá é possível encontrar gente que afirme que a mudança climática é “um engano, uma moda passageira ou uma teoria da conspiração”. Para o presidente dos EUA, alguns dos que negam o fenômeno, na realidade, querem dizer: “Aceito que a mudança climática produzida pelo homem é real, mas se eu afirmar isso em alto e bom tom, um grupo de elementos radicais vai me expulsar da cidade. Portanto, vou fingir que não sei, que não sei ler”‘, disse.
Obama enalteceu, no entanto, a população de seu país. “O povo americano é mais inteligente” e lembrou que sete de cada dez cidadãos consideram que o aquecimento global é um problema sério. “De todos os assuntos em uma pesquisa recente, na qual os americanos foram perguntados como seria possível conseguir mudanças, a proteção do meio ambiente apareceu em primeiro lugar”, disse Obama.
No início de maio, a Casa Branca divulgou um relatório de 840 páginas defendendo “medidas urgentes” para dirimir os efeitos da mudança climática. O documento enumera diversos aspectos do fenômeno climático, desde ecossistemas alterados até setores inteiros da economia forçados a uma adaptação custosa. O relatório faz parte dos esforços de Obama para alavancar um programa que combata o aquecimento global, atualmente paralisado no Congresso. Essa foi uma de suas grandes promessas durante a campanha presidencial de 2008, mas, após um ambicioso projeto de lei no início do primeiro mandato, o tema ficou em segundo plano por divergências políticas.
(Com agência EFE)