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Justiça brasileira tenta localizar babá chavista na Venezuela

Jeanette Anza, presa em 2014 com um revólver no aeroporto de Guarulhos, era funcionária do chanceler Elías Jaua. Ela fugiu depois de ganhar um habeas corpus

Por Leonardo Coutinho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 nov 2016, 16h13 - Publicado em 23 nov 2016, 21h11

Um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2014, que deram à Dilma Rousseff o seu segundo mandato, a venezuelana Jeanette del Carmen Anza foi presa no aeroporto de Guarulhos ao tentar entrar no Brasil com uma arma. Babá dos filhos do então ministro-chefe das milícias bolivarianas da Venezuela, Elías Jaua, Jeanette foi solta depois de passar seis dias na cadeia. Ela foi beneficiada por um habeas corpus concedido pelo desembargador federal José Lunardelli, apesar de a defesa de Jeanette não ter sido capaz de apresentar atestados de primariedade e comprovante de residência fixa. A babá imediatamente embarcou em um voo para Brasília e lá permaneceu até partir para Venezuela no dia 22 de dezembro daquele ano, em um voo comercial, que fez conexão na Cidade do Panamá.

Desde junho de 2015, portanto há dezoito meses, as autoridades brasileiras tentam intimar Jeanette, que foi denunciada pelo Ministério Público Federal. Os oficiais de Justiça foram à sede do Consulado da Venezuela – local indicado pela defesa como sendo o de correspondência de Jeanette – mas deram com a porta na cara. Lá, eles foram informados que ninguém conhece a babá.

Processo Jeanette Anza
A Justiça Federal acionou o Ministério da Justiça e a Interpol na tentativa de localizar a babá Jeanette Anza, presa com revólver em 2014 (VEJA/Reprodução)

A Justiça Federal de Guarulhos, por meio do Ministério da Justiça, acionou a Interpol para tentar localizar Jeanette. Em agosto passado, a representação brasileira da polícia internacional foi informada que o paradeiro da babá é desconhecido. Os policiais venezuelanos (que surpresa) não disponibilizam os dados. A última informação da babá era um registro de viagem a Cuba, de onde ela retornou em maio.

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A maleta que Jeanette carregava pertencia ao patrão Elias Jauá. Além do revólver calibre 38, a bolsa continha uma série de documentos. As centenas de páginas foram classificadas pelo delegado Enio Salgado, que chefiava o plantão na delegacia da PF no Aeroporto de Guarulhos, como sendo de “cunho eleitoral e doutrinário”. A papelada foi apreendida e cópias foram enviadas para a Justiça Federal, que mandou lacrar os material e trancá-lo em um cofre da Polícia, onde se encontra até hoje.

A visita quase secreta de Jaua durante as eleições presidenciais no Brasil levantou uma série de suspeitas. Especialistas em operações clandestinas, ele se encontrou com militantes do MST, que naquele momento ameaçavam “incendiar” o Brasil em caso de derrota de Dilma Rousseff.

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Membro do alto comando do chavismo – já foi vice-presidente e chanceler –, Jaua, que atualmente é deputado, militou em movimentos de esquerda armada de orientação castrista. Com a chegada de Hugo Chávez ao poder, ele ganhou o comando da Frente Francisco de Miranda. Trata-se da milícia mais radical do bolivarianismo, cuja missão é reprimir e amedrontar os cidadãos que não apoiavam a “revolução” proposta por Chávez.

Mais de 120 000 jovens recrutados pela Frente já passaram por um adestramento ideológico em Cuba. Na Venezuela, eles ocupam cargos públicos, fazem parte dos coletivos armados e aparecem sempre que o governo precisa “defender a revolução bolivariana”.

O sumiço de Jeanette pode levar o Ministério Público Federal a pedir a revogação da liberdade provisória da babá e pedir a sua prisão. Com essa medida, ela passará a ser considerada foragida e uma ordem internacional de prisão impedirá que ela siga rodando o mundo na companhia da família do chefe.

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