Hotel suíço pede a judeus que tomem ducha antes de ir à piscina
A mensagem destinada exclusivamente aos hóspedes judeus provocou uma enorme onda de protestos
Um cartaz de conotação antissemita afixado por um hotel suíço provocou a revolta do governo de Israel. A mensagem exposta no Aparthaus Paradies, em Arosa, nos Alpes suíços, pedia que todos os hóspedes judeus passassem pela ducha antes e depois de usarem a piscina.
“A nossos visitantes judeus, mulheres, homens e crianças, por favor, tomem uma ducha antes e depois de nadar. Se quebrarem as regras, serei obrigada a fechar a piscina”, dizia o aviso, assinado pela gerente do hotel, Ruth Thomann, que colou o cartaz no sábado passado.
A mensagem só permaneceu por 24 horas na porta de vidro da área comum da piscina, mas provocou uma enorme onda de protestos após ser compartilhada por hóspedes nas redes sociais. A ministra das Relações Exteriores israelense, Tzipi Hotovely, descreveu o aviso como “um ato antissemita do pior tipo”.
O Centro Simon Wiesenthal, com sede em Los Angeles e que trabalha para preservar a memória do Holocausto, pediu à ministra suíça da Justiça, Simonetta Sommaruga, o “fechamento do hotel do ódio e sanções a sua administração”. Também solicitou ao site de reservas Booking.com que retire o Aparthaus Paradies de sua relação e que a comunidade judaica inclua o estabelecimento em sua lista negra.
Além do cartaz afixado na piscina, outra mensagem colocada no freezer do hotel também se dirigia exclusivamente aos hóspedes judeus, autorizados pela gerência a armazenar alimentos kosher. “Aos nossos clientes judeus: podem ter acesso ao freezer somente nos seguintes horários: 10h00-11h00 e 16h30-17h30. Espero que compreendam que nossa equipe não gosta de ser incomodada o tempo todo”.
A gerente do hotel, Ruth Thomann, afirmou ao jornal suíço Blick que os cartazes foram retirados e negou qualquer motivação antissemita. “Atualmente, temos muitos clientes judeus e percebi que alguns não tomam a ducha antes de nadar”, disse. “Como outros clientes pediram que fizesse algo, escrevi o cartaz, um pouco ingenuamente”, admitiu. “Teria sido melhor ter feito o pedido a todos os clientes do hotel.”