Grupos de direitos humanos acusam Síria de usar estádios de futebol como prisões
Pelo menos 400 pessoas foram presas e 19 morreram desde sábado no país
As forças de segurança sírias estão usando estádios de futebol como presídios improvisados em pelo menos duas cidades do país depois de atacarem casas e prenderem centenas de pessoas, denunciaram duas organizações de direitos humanos. A informação é da rede americana CNN, que não especificou os nomes das ONGs. Mais de 400 pessoas foram detidas, desde sábado, somente na cidade costeira de Banias, um dos locais onde o estádio foi convertido em prisão.
A violência na Síria tem se tornado rotina. Nesta segunda-feira, foram ouvidos tiroteios na capital Damasco, onde três pessoas morreram e 200 foram presas. No domingo, 10 pessoas foram assassinadas quando homens armados atacaram um ônibus na província de Homs, segundo informações da rede estatal, que chamou os atiradores de “grupo terrrorista armado”. Em Banias, no noroeste do país, seis manifestantes morreram no sábado. Entre eles, quatro mulheres que exigiam a liberdade de dissidentes presos.
Organizações de direitos humanos criticaram as prisões e a violência, pedindo ao governo sírio a criação de uma comissão independente com o objetivo de investigar os crimes. “Nós condenamos o uso contínuo de violência e força excessiva das autoridades sírias contra os cidadãos que protestam pacificamente”, diz um comunicado de seis ONGs publicado no site da Organização Nacional de Direitos Humanos da Síria nesta segunda-feira.
Tanques e outros veículos armados estão espalhados pelas ruas e nas redondezas de Banias, onde foram cortadas as linhas de telefone, a água e a eletricidade. Em Deraa, cidade onde os protestos começaram, os moradores só podem sair de casa durante algumas horas, até o toque de recolher, para comprar mantimentos. Na sexta-feira, organizações de direitos humanos informaram que ao menos 565 civis morreram durante a repressão do governo aos protestos, que tiveram início em meados do mês passado.