Forças do Iraque retomam cidade petrolífera de Kirkuk dos curdos
O primeiro-ministro iraquiano afirmou que o resgate da cidade foi uma resposta ao referendo curdo de 25 de setembro
As tropas do Iraque retomaram nesta segunda-feira,16, o controle da sede do governo da rica província de Kirkuk, até então dominada pelos curdos. O ataque-relâmpago foi uma resposta ao referendo de independência curdo realizado no final de setembro e pode mudar o equilíbrio de poder no país.
Um comboio de veículos blindados da Força de Contraterrorismo, uma unidade de elite iraquiana treinada pelos Estados Unidos, tomou a sede do governo provincial de Kirkuk na tarde desta segunda-feira. A operação de retomada começou na noite de domingo, quando as forças iraquianas invadiram algumas regiões e prédios da cidade.
Um dos seis campos petrolíferos da província, bem como uma base e um aeroporto militares foram recuperados. Hasteando a bandeira iraquiana em frente à sede do governo local, de onde a bandeira curda foi retirada, Bagdá quis marcar o retorno de sua autoridade nesta província.
Dez combatentes curdos morreram e 27 ficaram feridos nos enfrentamentos durante a noite desta segunda, segundo Sherzad Hassan, vice-diretor da Saúde na região de Jamjamal. De acordo com autoridades curdas, dezenas de combatentes ainda estão desaparecidos. Em razão das operações militares, milhares de habitantes deixaram Kirkuk, em direção a Erbil e Suleimaniyeh, as duas principais cidades da região autônoma curda.
‘Segurança e autoridade’
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, afirmou que a retomada da cidade foi uma resposta ao referendo curdo de 25 de setembro, que criou um “risco de divisão” no Iraque. Seu “dever constitucional”, acrescentou em um comunicado, é “impor a segurança e a autoridade federal” em Kirkuk, onde convocou “todos os cidadãos a cooperar” com as tropas.
Os curdos controlavam até então os seis campos de petróleo da região de Kirkuk, que produzem 340.000 dos 550.000 barris de petróleo exportados em média pelo Curdistão por dia.
(Com AFP)