Uma peruca usada para disfarçar um líder comunista, poemas censurados escritos pelo ministro da Cultura na década de 70 e uma lista de prisioneiros que enfrentaram o fuzilamento. Estes são apenas alguns dos objetos arquivados em 157.000 caixas em Madri, que contam o lado negro e até ridículo da guerra civil espanhola e da ditadura do generalíssimo Francisco Franco. Agora, este material será exposto no Centro de Memória Histórica, em Salamanca.
A coletânea de objetos é uma espécie de testamento de um período histórico da Espanha, que durou das décadas de 30 a 70. Entre os achados, está a peruca que o comunista Santiago Carrillo usou quando voltou secretamente ao país após o término da ditadura. Há também mais de 3.000 fotos do período e documentos emitidos e vetados por censores.
Os visitantes da exposição ainda terão acesso às datas das execuções das pessoas que eram contrárias ao regime ditatorial de Franco. Este capítulo negro da história espanhola também é descrito nas lista com cerca de um milhão de nomes de pessoas que foram detidas entre o final da guerra civil e os últimos dias da ditadura de Franco, em 1973. Na lista, há cruzes ao lado dos nomes das pessoas fuziladas.
Este acervo estava prestes a ser jogado no lixo. Os objetos foram salvos por funcionários públicos, que ignoraram as ordens para destruí-lo. A exposição vai marcar a reinauguração do Centro de Memória, fechado há dois anos para reformas.