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Casal é morto pelo pai da moça por se casar sem permissão da família no Paquistão

Foi o segundo caso de 'crime de honra' ocorrido em três dias, e o quarto dessa natureza no período de um mês no país

Por Da Redação
11 jun 2016, 10h48

Os chamados ‘crimes de honra’ tornaram-se frequentes nas últimas semanas no Paquistão. Na sexta-feira, um casal foi assassinado em Lahore, no nordeste do país, por ter se casado sem o consentimento da família. Este foi o segundo caso desse tipo ocorrido nesta semana, e o quarto dessa natureza no período de um mês no Paquistão, onde são comuns os ataques a mulheres que desrespeitam tradições conservadoras relacionadas ao matrimônio.

O crime mais recente foi cometido por Muhammad Ashraf, de 56 anos, que matou a filha Saba e o genro Karamat Ali na sexta-feira, um dia depois de o casal voltar para sua cidade natal para tentar reatar relações com a família, que não aceitou o casamento, informou a polícia local.

“Saba, de 18 anos, casou-se com Karamat Ali, de 35 anos, há cerca de um ano e meio contra a vontade da família dela e retornou para casa na noite de quinta-feira para tentar se entender com o pai e outros membros da família”, contou à agência de notícias France-Presse o policial Falak Sher.

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Durante uma discussão, Ashraf, que trabalha como segurança, atirou contra sua filha e o marido dela, e matou também o vizinho da família, que apoiava o casamento de Saba. Mais tarde, Ashraf se entregou à polícia e confessou os crimes.

A morte do casal ocorreu na mesma semana em que Zeenat Bibi, de 17 anos, foi queimada viva pela própria mãe por se casar sem a permissão dos pais. O brutal assassinato de Zeenat também aconteceu em Lahore.

No dia 30 de maio, Maria Sadaqat, professora de 19 anos, foi torturada e queimada viva por um grupo de homens após rejeitar um pedido de casamento do filho do dono da escola onde ela lecionava na cidade de Murree, próxima à capital. Maria morreu em decorrência dos ferimentos dias depois.

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Em meados de maio, moradores de um vilarejo perto de Abbottabad mataram uma adolescente, também queimando-a viva, porque a garota ajudou uma amiga a fugir para se casar sem a permissão da família.

Crimes de honra – Este tipo de crime é muito frequente no sul da Ásia e costuma envolver homens de uma família que consideram uma afronta que transgride a conservadora moral familiar das sociedades locais.

Em 2015, 923 mulheres foram vítimas desse tipo de crime no país, segundo um relatório da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão (HRCP), que adverte que esse número esconde uma realidade ainda maior que fica fora dos registros.

A ativista cineasta Sharmeen Obaid Chinoy ganhou neste ano seu segundo Oscar pelo documentário em curta-metragem A Girl in the River: The Price of Forgiveness (Uma Garota no Rio: o Preço do Perdão, em tradução livre), que conta a história de Saba Qaiser, uma sobrevivente de um desses “crimes de honra” – em 2014, Saba casou-se sem o consentimento dos pais e, como punição, foi baleada na cabeça e jogada no rio pelo próprio pai.

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(Da redação)

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