Rio-2016: A batalha dos mascotes
Boneco com nome de Tom Jobim entra em cena na Paralimpíada com a difícil missão de igualar popularidade de antecessor, que homenageou Vinicius de Moraes
Tom Jobim brilhou sozinho na cerimônia de abertura da Olimpíada, quando Garota de Ipanema embalou o desfile de Gisele Bündchen no Maracanã. Agora, chega a vez de testar o poder e popularidade do maestro novamente. A partir do dia 7, entra em cena na Paralimpíada um personagem batizado com seu nome e de visual inspirado na flora brasileira. Sua tarefa é digna de um super-herói: igualar a popularidade ao do mascote que o antecedeu durante os Jogos Olímpicos, o Vinicius (nome que veio de Vinicius de Moraes, o poeta esquecido na festa inaugural). “Vini bateu recorde de beijos e abraços, sendo mais requisitado do que muitos esportistas. Mas não temos dúvidas de que o Tom também vai encantar”, diz Beth Lula, diretora de marca da Rio 2016, lembrando que o desenho animado da dupla amarela e verde, no Cartoon Network, foi o programa mais assistido do canal entre janeiro e agosto deste ano.
Desenvolvido pelo estúdio Birdo, ao lado de Tom, Vinicius brincou, pulou, dançou, requebrou (dá-lhe remelexo) e apaixonou não apenas os torcedores, mas também ícones do esporte como o jamaicano Usain Bolt. O homem mais rápido do mundo não resistiu a tanta fofura e, logo depois de vencer sua primeira prova na Rio 2016, foi visto caminhando pela pista de atletismo com a pelúcia amarela do mascote olímpico embaixo do braço.
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O auge, no entanto, foram as dancinhas da versão de plástico do personagem, uma espécie de fantasia inflável que tinha dentro um ator americano. Ele deu um show à parte durante a execução da batida eletrônica Turn Down For What (Lil Jon feat. DJ Snake), e também no clássico Thriller, de Michael Jackson. Os demais atores que se revezaram embaixo da fantasia tradicional, todos brasileiros, não fizeram feio: o público ovacionou a coreografia que acompanhou o funk Vou Desafiar Você, do MC Sapão, com passinhos repetitivos e fáceis de copiar inspirados no hit Macarena.
Localizada no Parque Olímpico, a Casa dos Mascotes recebeu cerca de 70 000 visitantes durante os Jogos, mais do que o esperado pelos organizadores. O espaço de 800 metros quadrados concebido com o auxílio de um consultor da Disney vai funcionar até o final da Paralimpíada com inúmeras atrações. Entre elas, um painel de realidade aumentada que oferece uma série de brincadeiras. “Minha aposta é de que o Tom vai superar o Vinicius, porque ele tem uma cabeleira divertida de onde sai tudo o que você pode imaginar. O Tom é mais criativo”, avalia Fabio Dragone, superintendente executivo de marketing e responsável pelo projeto olímpico do Bradesco, banco patrocinador dos mascotes. A briga vai ser boa.