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‘Supermax’ termina como um dos maiores fiascos da Globo

Série de ação e suspense apresentou um capítulo final com um roteiro risível e sem sentido

Por Rafael Aloi Atualizado em 14 dez 2016, 12h10 - Publicado em 14 dez 2016, 11h34

Nesta terça-feira, foi exibido o capítulo final de Supermax, o maior fiasco da Rede Globo em 2016. A série que foi apresentada pela primeira vez no final de 2015, na Comic Con Experience, prometia ser uma inovação ao apostar no gênero do terror, raro por aqui. E de terror o programa não tinha nada: Supermax conduziu os telespectadores com uma trama de ação, que apesar de bem produzida, não empolgou a audiência, menor a cada semana. Mas o seu episódio final serviu para enterrar de vez a série, com cenas sofríveis e risíveis.

Foram muitos os erros de Supermax. Entre eles, a escalação de Mariana Ximenes e Cléo Pires, que, além de não entregarem uma boa atuação, contrastavam com os rostos desconhecidos chamados para o programa. Se a ideia da Globo era tentar dar um ar de reality ao apostar em nomes pouco famosos, as exceções acabam enfraquecendo a proposta do projeto.

Outra dificuldade que o programa enfrentou foi a concorrência com o reality de verdade MasterChef Profissionais, exibido pela Band — que terminou nesta terça-feira com a vitória de Dayse. A atração culinária foi mais uma vez bem recebida pelos espectadores, graças aos seus candidatos polêmicos, e as richas entre os participantes, os jurados e a apresentadora.

A mistureba que se tornou a série também atrapalhou muito. Vendida como um programa de terror, Supermax era uma salada de frutas de gêneros e referências, como a entrada muito similar a True Blood, um universo misterioso que lembrava Lost e inimigos que pareciam figurantes de Mad Max. A série ainda salpicava referências bíblicas por toda parte e era inoculada por um perigo invisível — um vírus transmitido por uma mosca que só habita o Acre — à la filmes de zumbi. Estava tudo junto e misturado, mas nada produtivo saiu desse caos.

O primeiro episódio já era uma bomba, marcado por um marasmo total, como um reality show de fato se inicia, sem emoção nenhuma. Mas, no decorrer da trama, a ação se sobressaía e tornava o programa interessante, até chegar ao último episódio. O roteiro do final foi tão estranho e sem lógica que só cabia ao espectador rir de nervoso.

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O penúltimo episódio acabou com um bom gancho, com todos os participantes presos em uma cela, enquanto o vilão Baal (Márcio Fecher) os aguardava cheio de armas do lado de fora. Eis que o derradeiro capítulo começa, e toda a tensão se dissipa em uma conversa sonsa entre o inimigo – com sua voz alterada sem razão por computadores – e os mocinhos. O lenga-lenga continua e a ação prometida nas semanas anteriores parece cada vez mais difícil de se concretizar.

Tudo desandou no segundo bloco, que parecia completamente desconectado do anterior. A impressão que ficava era de que a emissora colocou o programa em ordem errada no ar – ou era o desejo da Globo de encurtar ao máximo e se livrar daquele peso da programação– , já que uma grande lacuna, com o que teria sido o maior momento de ação do episódio, foi subtraída do roteiro. Com diálogos toscos, os personagens foram morrendo um a um, em um desfecho que se tornava cada vez mais previsível. Mas a grande bola fora foi o desfecho de Janette (Maria Clara Spinelli), praticamente chamada de aberração e assassinada pelo vilão apenas por ser transgênero.

O final se tornou mais cômico ao trazer o corpo de Pedro Bial assassinado com um tiro na cabeça, e a revelação de uma grande conspiração do governo brasileiro e mundial para deixar os participantes morrerem no presídio, para que o vírus continuasse desconhecido e restrito à região. No fim, o programa deixa em aberto o destino dos únicos dois confinados sobreviventes. Mas os espectadores não estão nem aí para uma segunda temporada.

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Supermax era uma das grandes apostas da Globo, que inclusive produziu uma versão para ser vendida para o mercado internacional. Os diretores e roteiristas do programa prometiam uma história diferente para fora, e é bom que seja mesmo, pois, com o roteiro e desfecho apresentado, a série acaba caindo mais no trash do que no terror. O fiasco do programa é uma pena por certo lado, pois deve afugentar a Globo e outras emissoras de arriscar com gêneros diferentes e ideias mais inovadoras e continuar investindo nas fórmulas repetidas à exaustão, que o público reconhece.

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