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“O Rio tem fadiga de PMDB”, diz Osório

Ex-secretário de Eduardo Paes, Carlos Roberto Osório (PSDB) luta contra ex-aliados para chegar ao segundo turno

Por Leslie Leitão, Luísa Bustamante e Thiago Prado
Atualizado em 22 out 2020, 17h16 - Publicado em 27 set 2016, 21h14

Eleito deputado estadual pelo PMDB em 2014, Carlos Roberto Osório (PSDB) diz que se decepcionou com o partido do prefeito Eduardo Paes e do governador Luiz Fernando Pezão porque se viu sistematicamente impedido de implementar projetos. Sua carreira pública começou no governo Paes, onde foi secretário de Conservação e de Transportes até romper com o prefeito e se transferir para a mesma secretaria de Transportes, no âmbito estadual. No início deste ano, de olho da prefeitura mas sem espaço no partido para viabilizar a candidatura, Osório migrou para o PSDB. Em entrevista a VEJA, o tucano avalia a candidatura e o mau desempenho nas pesquisas.

O senhor foi secretário em dois governos do PMDB e só deixou o partido este ano. Por que mudou? No segundo semestre do ano passado surgiram as acusações de agressão do Pedro Paulo contra a ex-mulher. Diante delas, meu nome foi aventado para a prefeitura, porque muitos o achavam mais palatável. Mas o PMDB, com a truculência que lhe é peculiar nas questões internas, fechou todas as portas. Minha saída mostra minha independência.

Por que o senhor foi preterido no PMDB? A partir da campanha para a reeleição de Paes, em 2012, passei a sofrer um boicote muito grande. Um cacique peemedebista me avisou: “Cuidado. O Pedro Paulo já está trabalhando para tirá-lo da secretaria, porque você está começando a incomodar”. O Eduardo foi reeleito num domingo e na terça me chamou pra conversar.

Como foi essa conversa? Ele se queixou de eu estar me tornando um “quadro político”. Queria na verdade garantias de que eu não tentaria me eleger a nada. Como não dei, me transferiu para a secretaria de Transporte e, quinze dias depois, acabou com os mecanismos de fiscalização do órgão. Fui o secretário que mais multou empresas de ônibus, mas isso porque fui eu mesmo para a rua. Era um secretário banguela. Botava uma dentadura e às vezes conseguia morder alguém.

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Alguns candidatos usam a expressão máfia dos ônibus quando se referem aos empresários do setor. Por que o senhor pega mais leve nas críticas? Eu considero sim que é um cartel ineficiente e com práticas muitas vezes mafiosas. Esses caras estão acostumados a ser achacados e tratar as coisas na base do dinheiro. É a cultura do setor.

E como o senhor conseguiu passar à margem disso? Talvez eu tenha sido um dos poucos secretários de transporte que não achacou o setor. Nunca fui cobrar nem exigir nada. Pelo contrário: fui duro e apliquei multas.

O senhor aparece com 4% a 6% nas pesquisas. Não teria sido melhor o PSDB se aliar ao PSD de Índio da Costa, outro candidato que não decolou, como chegou a ser cogitado? Seria muito ruim para meu partido não apresentar candidato nesta eleição. Eu vou muito para a rua, enquanto os outros ficam de pantufas no ar condicionado, e acho que minha campanha ainda pode crescer. Também tenho mais condições de formar alianças no segundo turno contra Marcelo Crivella. Muita gente cita o Pedro Paulo como voto útil, mas ele carrega uma rejeição enorme por causa das acusações de agressão à ex-mulher. Sem falar na fadiga do PMDB no Rio, um fator de grande peso nesta eleição.

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O seu orçamento de campanha é bem menor que o de João Doria, candidato do PSDB em São Paulo. Por que? Eu arrecadei menos que imaginava. Está sendo muito difícil. O PSDB nacional deu 300 000 reais para cada capital e aqui o recurso foi repassado para a chapa de vereadores. Esperava ter uma contribuição maior do partido. A mudança no sistema de financiamento de campanha reforçou muito o poder da máquina.

A Olimpíada foi benéfica para o Rio? Os Jogos foram bem sucedidos. Há legados concretos, como o avanço da infraestrutura de transportes e a regeneração da região portuária. Mas outras oportunidades foram perdidas. Por exemplo, o futuro das instalações esportivas não está definido. Minha proposta é transformar o Parque Olímpico em local de treinamento de equipes brasileiras e da América do Sul, o que vai gerar movimento na cidade.

Quais os seus outros planos para a cidade? Garanto que não vou fazer nenhuma obra enquanto o sistema de saúde não estiver funcionando adequadamente. Nem todas as escolas terão ensino integral, mas todas vão operar em boas condições.

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