Candidatos de Vitória endurecem discurso na reta final da eleição
Luciano Rezende e Amaro Neto subiram o tom dos ataques em debates realizados na cidade
Candidatos à prefeitura de Vitória, Luciano Rezende (PPS) e Amaro Neto (SD) partiram para o confronto na reta final da disputa eleitoral no segundo turno. Mesmo longe de protagonizar um clima de hostilidade tão forte como visto nas campanhas de Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os adversários também aderiram à estratégia de que a melhor defesa é o ataque.
O comportamento pode ser percebido nos últimos debates televisivos. Na quarta-feira (26), o programa transmitido pela TV Vitória foi marcado por discussões entre os candidatos. Amaro Neto, que é apresentador do programa policialesco Balanço Geral, transmitido pela emissora, disse que colocaria o rival para trabalhar. “Ele é médico da prefeitura? Vote Amaro 77 que eu vou botar o Luciano para trabalhar como médico no Pronto Atendimento. Aí você vai digitar qual sua nota para o Luciano como médico”, afirmou.
Luciano, que cumpre mandato de prefeito e tenta a reeleição, pediu desculpas aos telespectadores pelo nível do debate e aproveitou para alfinetar o rival por suas performances como apresentador. “Quero pedir desculpas porque novamente o debate partiu para a agressão. O senhor não vai resolver os problemas de Vitória com ripas, deputado”, devolveu Luciano. Ele referia-se à expressão “ripa neles”, usada por Amaro ao comentar notícias sobre supostos criminosos.
Em um debate anterior, Amaro também apostou na declaração de que colocaria o rival para trabalhar. Luciano, por sua vez chegou a citar funk. “Meu adversário não está mostrando suas propostas. A propaganda eleitoral dele parece até aquela música da Ludmila: ‘fala de mim, pensa em mim, 24 horas por dia”, ironizou.
No programa da última quarta-feira, a estratégia do atual prefeito foi fazer para o adversário perguntas técnicas sobre o funcionamento da prefeitura e de programas municipais:. “O senhor chegou na cidade agora para disputar eleição e fez um sorteio para decidir em qual cidade iria disputar. O senhor dizia que podia ser candidato do Espírito Santo inteiro. O senhor não conhece a cidade”, acusou Luciano.
Amaro subiu o tom ao responder o rival: “Esse é o Luciano Rezende, arrogante e prepotente. Você vai conhecer ainda nesse debate o Luciano covarde, que expõe a minha pessoa, dizendo que eu sou uma pessoa mal educada, que eu não entendo da cidade, que sou paraquedista”, retrucou.
No último bloco, os dois candidatos deixaram de lado os ataques e fizeram menções a Deus. Amaro se despediu dos telespectadores com um caloroso “Deus abençoe”. Luciano foi um pouco mais longe: “Vamos comandar essa cidade se for da vontade de Deus e da população”, disse, ao se despedir.