Fed sobe juros nos EUA e inicia ciclo de aumento prometido
O Federal Reserve, o banco central americano, aumentou a taxa de 0,25% a 0,50% para 0,50% a 0,75%; é o primeiro reajuste em um ano
O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, decidiu nesta quarta-feira aumentar a taxa básica de juros do país, para um intervalo entre 0,50% e 0,75%. A decisão foi unânime e marca o início do ciclo de aumento de juros que a instituição vinha sinalizando ao longo do ano. O Fed não alterava os juros, que estavam em um intervalo entre 0,25% e 0,50%, desde dezembro de 2015. Na ocasião, esse foi o primeiro aumento desde a crise mundial de 2008.
O Fed justificou a decisão por considerar que tanto a atividade econômica quanto o mercado de trabalho americanos estão se recuperando. “Os ganhos de emprego têm sido sólidos nos meses recentes e a taxa de desemprego tem caído. O gasto das famílias tem crescido moderadamente, mas os investimentos das empresas continuam fracos. A inflação tem crescido desde o início do ano, mas ainda abaixo da meta estabelecida de 2% no longo prazo”, diz o comunicado.
Ao contrário do Banco Central brasileiro, cujo Comitê de Política Monetária (Copom) ajusta a taxa de juros para controlar a inflação, o comitê do Fed tem o papel de levar em conta tanto a estabilidade de preços quanto o mercado de trabalho.
Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a atrair para lá investimentos hoje alocados em mercados emergentes, como o brasileiro. Mesmo com os retornos mais atrativos que conseguem nos emergentes, muitos investidores preferem abrir mão desse retorno em troca da segurança de aplicar seus recursos em títulos americanos, considerados virtualmente imunes a calotes.