Pandas se reproduzem melhor quando escolhem parceiro, diz estudo
Para os pesquisadores, a prática, muito simples, aumenta as taxas de acasalamento e nascimento da espécie, em perigo de extinção
Os pandas gigantes que vivem em cativeiro se reproduzem melhor quando têm a possibilidade de escolher seu parceiro, afirma um estudo publicado na última semana no periódico científico Nature Communications. De acordo com os pesquisadores, o desenvolvimento desta prática pode melhorar as condições de reprodução da espécie em perigo de extinção.
A libido dos pandas, que não é das melhores, fica ainda mais prejudicada quando eles estão em cativeiro. Há anos, os especialistas vêm tentando encontrar uma solução: medicamentos para disfunção erétil, difusão de vídeos mostrando outros pandas se acasalando e inseminação artificial.
Após várias tentativas utilizando esses procedimentos, os pesquisadores da PDXWildlife, uma organização de conservação de espécies dos Estados Unidos, resolveram testar algo novo: dar a esses ursos a possibilidade de escolher seu parceiro sexual.
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Na China, os centros de pesquisa de conservação dos pandas equiparam cuidadosamente os pandas por critérios genéticos. Para cada fêmea em idade reprodutiva são listados os machos com potencial para acasalamento no plano genético, a fim de evitar a consanguinidade e impedir que aqueles que descendem do mesmo genitor se reproduzam.
Para encontrar uma solução para a abaixa fertilidade dos pandas, a equipe de cientistas estudou o comportamento de cerca de 40 pandas da base de Bifengxia, no centro-oeste da China. Esse local é gerenciado por um centro chinês de pesquisa e conservação de pandas gigantes. Em seguida, os pesquisadores deram a possibilidade de pandas – machos e fêmeas – de escolherem o seu companheiro entre dois parceiros.
“Os acasalamentos e nascimentos de filhotes aumentaram de maneira significativa quando um panda mostrou forte preferência por um dos dois parceiros propostos”, ressaltou o estudo.
Os resultados foram ainda mais pronunciados quando a atração entre os dois pandas envolvidos no acasalamento era recíproca.”Este método muito simples que permite aos pandas escolherem entre diversos parceiros pode ajudar a melhorar os programas de criação destes animais em cativeiro”, afirmaram os pesquisadores no estudo.
O que ainda resta – Em dezembro deste ano, a China contabilizava 425 pandas gigantes em cativeiro, uma alta de 7% em relação a 2014. Houve 43 nascimentos, dos quais 40 sobreviveram.
Três zoológicos fora da China tiveram nascimento de filhotes de panda em 2015: o de Kuala Lumpur (Malásia), o de Washington (Estados Unidos) e o de Toronto (Canadá).
Fora de cativeiro, essencialmente, os pandas vivem no estado natural nas montanhas do sudoeste da China. Grande mamífero, o animal se alimenta exclusivamente de bambu. Em média, ele pesa 100 quilos e mede até 1,80 metro.
(Com agência AFP)