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Países do Pacífico trocam petróleo por coco, vento e sol

Por Torsten Blackwood
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h37 - Publicado em 10 Maio 2012, 16h21

Os pequenos países do Pacífico, mais vulneráveis à elevação do nível dos mares, prometeram deixar de lado o diesel e outros combustíveis sujos apontados como responsáveis pelo aquecimento global e substituí-los por fontes limpas.

Com o uso de biocombustível de coco e painéis solares, Toquelau – território autônomo que consiste em três pequenas ilhas, a meio caminho entre a Nova Zelândia e o Havaí – planeja se tornar auto-suficiente em energia este ano.

Líderes de outros pequenos Estados insulares ao redor do mundo assumiram compromissos durante um encontro esta semana, organizado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e pelo governo de Barbados.

As Ilhas Cook e Tuvalu, no Pacífico, visam a obter toda a sua eletricidade de fontes renováveis a partir de 2020, enquanto São Vicente e Granadinas, no Caribe, pretendem chegar a extrair 60% de sua energia de fontes renováveis também em 2020.

O governo do Timor Leste se comprometeu a fazer com que nenhuma família em sua capital, Díli, use fogueiras pra cozinhar até 2015 e afirmou que metade da eletricidade do país será retirada de fontes renováveis até o fim da década.

“Sei que estabelecemos metas ambiciosas, mas é realmente animador”, disse à AFP o premier das ilhas Cook, Henry Puna.

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“Não consideramos estes objetivos difíceis de alcançar. São muito inspiradores e nos motivam a avançar”, acrescentou.

Puna afirmou que quase 15% do orçamento da Nova Zelândia estão comprometidos com a importação de óleo diesel, o que ele chamou de “dependência incapacitante”, e disse que essas dezenas de milhões de dólares deveriam ser gastas em serviços sociais, de saúde e educação para os aproximadamente 20 mil habitantes das 15 ilhas espalhadas por 2,2 milhões de quilômetros quadrados no Pacífico.

O governo planeja começar a usar painéis solares e turbinas eólicas. Quase todas as casas já esquentam a água graças à energia solar.

Os trabalhos começarão no ano que vem em Rakahanga, no setor norte do arquipélago, com ajuda do Japão. A Nova Zelândia deverá financiar a revolução energética nas ilhas do sul.

Segundo Puna, a mudança de matriz foi proposta durante a campanha pela reeleição em 2010. “Não percebemos, mas atingimos a consciência ambiental do nosso povo. A reação tem sido fantástica”, acrescentou.

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“Em algum lugar na nossa formação, somos um povo com consciência ambiental porque aprendemos a viver longe do continente e no meio do mar. Esse é o nosso legado, é a nossa tradição. Nós só estamos batendo nessa tecla novamente”, acrescentou.

Na América do Norte e em muitos países europeus tem havido resistência a turbinas eólicas espalhadas pela terra e pelo mar.

“Pode haver alguma nas ilhas Cook”, disse Puna. “Mas penso que quando as pessoas perceberem e virem os benefícios destes instrumentos, não haverá muitos outros problemas”, acrescentou.

Estudos das Nações Unidas demonstram que as importações de petróleo respondem por até 30% do Produto Interno Bruto (PIB) em alguns países do Pacífico, com os preços influenciados pelas enormes distâncias que o combustível precisa percorrer.

Ministros reunidos no encontro desta semana se queixaram de que, apesar de suas “ações significativas” para ajudar a mitigar as mudanças climáticas, as ações internacionais têm sido “lentas e totalmente inadequadas”, em vista da ameaça crescente que a elevação dos mares representa para os países insulares.

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Sua declaração, adotada às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, pede que novas fontes de energia se tornem “acessíveis, disponíveis e adaptáveis”, de forma a que todos os países insulares sob ameaça possam tomar medidas para se adaptar.

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