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Marte: meteoritos causaram tsunamis há bilhões de anos

Artigo publicado na 'Scientific Reports' aponta marcas de um violento fluxo de água no planeta vermelho

Por Da redação
Atualizado em 5 jun 2024, 01h55 - Publicado em 19 Maio 2016, 16h19

Dois “mega-tsunamis” teriam varrido a superfície de Marte há bilhões de anos, cumprindo importante papel na formação geológica atual do planeta. De acordo com estudo publicado nesta quinta-feira no periódico��Scientific Reports, da editora Nature, os eventos seriam a prova de que, em tempos antigos, Marte tinha um oceano – evidência que reforça a hipótese de vida no planeta, já que a existência do líquido é condição primordial para o surgimento de microrganismos.

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A superfície de Marte é hoje conhecida como um local ermo e inóspito, constantemente comparado aos desertos da Terra. Mesmo assim, é quase uma unanimidade entre os pesquisadores que existiu – e ainda existe, mesmo que em menor quantidade – água no planeta vermelho. A hipótese é que o líquido teria evaporado após uma tempestade solar que atingiu a atmosfera, varrendo oceanos e rios.

Evidências – A nova pesquisa, liderada pelo cientista Alexis Rodriguez, do Instituto de Ciência Planetária de Tucson, nos Estados Unidos, sugere que dois enormes tsunamis atingiram a superfície de Marte – o primeiro há 3,4 bilhões de anos, e outro milhões de anos depois, com ondas teriam chegado a 120 metros de altura. A causa do evento, explicam os cientistas, teria sido a queda de meteoritos.

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Se houve um oceano em Marte, a ação da água deixaria marcas de erosão ou sedimentação nas regiões litorâneas. No entanto, os astrônomos jamais foram capazes de encontrar essas evidências. No novo estudo, por meio da análise de imagens da geografia de Marte e medições térmicas, os pesquisadores identificaram a existência de algumas rochas empilhadas que parecem ter sido carregadas por um violento fluxo de água – e poderiam marcar esses limites d’água. Os aglomerados encontrados, no entanto, estão em locais pouco usuais, como o topo de algumas montanhas ou de elevações da superfície. Como o oceano costuma estar em áreas baixas do planeta, a hipótese dos cientistas é que essas rochas foram levadas para as partes altas de Marte por ondas muito fortes e poderosas, como tsunamis.

Mudanças climáticas – Os dois tsunamis ainda fornecem evidências sobre a grande mudança climática que Marte teria sofrido para se tornar tão frio. Enquanto o primeiro tsunami teria sido formado por uma gigante onda de água líquida, a segunda teria deixado rastros de gelo, indicando aos pesquisadores a possibilidade de que a água, na verdade, tenha sido transformada em um oceano de gelo no período entre um tsunami e outro.

A presença do líquido é fundamental para o surgimento de condições propícias à vida – no entanto, é apenas um dos fatores que garantiria sua existência. Ainda há um longo caminho para a detecção da vida propriamente dita no planeta. Os pesquisadores acreditam que a água seja salobra, já que a estrutura de algumas pedras de gelo vistas nas imagens pode sugerir que elas são, basicamente, feitas de água salgada. A descoberta deixa os cientistas um passo mais perto de desvendar um dos grandes mistérios de Marte: se existiu ou existe vida no planeta, e compreender se ele foi ou poderá ser habitável.

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