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Droga contra infertilidade feminina pode bloquear ação do Ebola

Pesquisa mostra que remédios que agem no receptor do estrogênio impedem infecção pelo vírus, que mata até 90% das pessoas atingidas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h19 - Publicado em 20 jun 2013, 12h41

Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine mostra que drogas comumente aplicadas para tratar a infertilidade feminina e o câncer de mama podem também ser usadas para combater a infecção do Zaire ebolavirus, um dos vírus responsáveis pelo ebola. Ao aplicar os medicamentos em camundongos contaminados com a doença, os pesquisadores da companhia farmacêutica Zalicus conseguiram bloquear o avanço da infecção.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: FDA-Approved Selective Estrogen Receptor Modulators Inhibit Ebola Virus Infection

Onde foi divulgada: periódico Science Translational Medicine

Quem fez: Lisa M. Johansen, Jennifer M. Brannan, Sue E. Delos, Charles J. Shoemaker, Andrea Stossel, Calli Lear, Benjamin G. Hoffstrom e Lisa Evans DeWald; entre outros

Instituição: Zalicus, uma companhia biofarmacêutica dos Estados Unidos, e outras instituições

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Dados de amostragem: Camundongos infectados com o Zaire Ebolavirus

Resultado: O tratamento com o citrato de clomifeno, que combate a infertilidade feminina, resultou numa taxa de sobrevivência de 90% dos camundongos. Já o tratamento com o citrato de toremifeno, usado contra o câncer de mama, salvou 50% das cobaias.

O Ebola é um dos vírus mais mortais conhecidos pelo homem. Transmitido por secreções e pelo sangue, ele destrói as células de defesa do organismo e as plaquetas, provocando brutais hemorragias – em alguns casos, sua taxa de letalidade chega a 90%. Hoje em dia, novos casos da doença são raros. Mas, uma vez que não há nenhum tipo de tratamento capaz de prevenir ou curar sua infecção, os cientistas demonstram preocupação quanto à possibilidade de novas epidemias e do uso do vírus como uma arma biológica.

Os pesquisadores envolvidos no atual estudo testaram o efeito, contra o Ebola, de mais de duas mil drogas já aprovadas para serem usadas em outros tratamentos pela Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regula os medicamentos. Ao aplicar os remédios em uma cultura de células infectadas com o Zaire ebolavirus, eles descobriram duas substâncias que conseguiam impedir sua proliferação: o citrato de clomifeno e o citrato de toremifeno.

Em seguida, os pesquisadores testaram o efeito das drogas em camundongos infectados com a doença. A primeira resultou numa taxa de sobrevivência de 90% e a segunda, em 50%. Segundo os pesquisadores, ambas as taxas são estatisticamente significantes e podem algum dia dar origem a um novo tratamento contra a doença.

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Efeito colateral – Conhecidas como moduladores seletivos dos receptores do estrogênio, essas drogas são usadas para regular a ação do hormônio feminino em tecidos específicos do corpo humano. O citrato de clomifeno é usado para tratar a infertilidade feminina, enquanto o citrato de toremifeno é usado no tratamento contra o câncer de mama.

Para descobrir o mecanismo pelo qual as drogas enfrentam o Ebola, os pesquisadores as aplicaram em camundongos em que os receptores de estrogênio estavam inativos e, mesmo assim, elas tiveram efeito. Segundo os cientistas, isso significa que o mecanismo usado para atacar o vírus não é o mesmo pelo qual as drogas agem no hormônio feminino. Ele parece ser um efeito colateral inesperado, que bloqueia a entrada do vírus na célula hospedeira ao usar uma via de sinalização chamada NPC1.

Segundo os pesquisadores, embora o estudo mostre que as duas drogas têm um grande efeito contra o vírus do Ebola, é preciso realizar muitos outros testes antes que elas se tornem um tratamento clínico. Eles destacam, no entanto, que as substâncias são promissoras, pois já são usadas há anos com segurança, disponibilidade e boa tolerância.

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