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Crânio sugere raízes africanas de ancestrais de humanos e macacos

Restos de 13 milhões de anos encontrados no Quênia apontam para uma criatura anterior aos primatas atuais e semelhante a um gibão

Por Da redação
10 ago 2017, 10h27

O crânio de um macaco, enterrado por um vulcão no Quênia há 13 milhões de anos, preservou pistas intrigantes sobre os ancestrais que os humanos compartilham com os macacos – incluindo uma provável origem africana, disseram cientistas nesta quarta-feira. A criatura, previamente desconhecida pelos cientistas, compartilhava uma família extensa com o antepassado humano, tinha uma cara plana como a de nosso primo distante gibão, mas não se movia como este, escreveram os pesquisadores na revista científica Nature.

O resto encontrado é o crânio de macaco mais completo de todo o período Mioceno, que ocorreu entre 24 milhões e cinco milhões de anos atrás. Segundo a equipe, a descoberta apoia a ideia de que o antepassado dos macacos e humanos viveu na África, e não na Ásia, como alguns especulam. “Com [esse fóssil], nós colocamos a raiz dos hominoidea na África com mais firmeza”, disse o coautor do estudo, Isaiah Nengo, da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos. Hominoidea, ou hominóideos, é o nome de uma família de primatas à qual pertencem humanos, bonobos, chimpanzés, gorilas e orangotangos, em um grupo, e gibões (Hylobatidae), em outro.

“[O crânio encontrado] pode ser mais jovem [do que algumas outras peças fósseis], mas é o único onde você tem um rosto, a base de um crânio, o interior do crânio, de modo que você pode ver como pode ter sido a aparência de um representante deles”, diz Nengo. A nova espécie  pertence a um grupo ancestral muito mais antigo do que os hominóideos, mas que incluía seu antepassado, concluíram os pesquisadores. Os pesquisadores batizaram a criatura de Nyanzapithecus alesi, em referência à palavra “ales” – “antepassado” na língua Turkana do Quênia, onde o crânio, do tamanho de um limão, foi descoberto.

Os restos pertencem a um filhote que teria crescido até pesar cerca de 11 quilos na idade adulta. Ele tinha um cérebro muito maior do que os macacos da mesma época e morreu com apenas um ano e quatro meses, disseram os pesquisadores. “Se você o compara a todos os seres vivos, parece mais um gibão”, afirmou Nengo. Isso não significa que o antepassado direto dos primatas vivos necessariamente se parecia com um gibão. Supor isso, diz o pesquisador, seria algo semelhante a cientistas do futuro descobrindo um crânio de gorila e concluindo que todos os hominóideos se pareciam com gorilas, incluindo os humanos.

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Raízes africanas

O grupo ao qual a espécie do fóssil pertence, que ainda não tenha nome oficial, viveu e morreu há milhões de anos. “A maior parte e os membros mais velhos desse grupo são africanos, mas não teríamos conseguido solucionar tudo isso sem o Alesi”, disse Nengo. “Alesi é que nos permitiu saber quem está nesse grupo, e quando olhamos de perto, vemos que a maior parte é encontrada na África”.

Embora se saiba muitas coisas sobre a evolução humana desde que nos separamos dos chimpanzés, há cerca de sete milhões de anos, pouco se sabia sobre os antepassados ​​comuns de antes de 10 milhões de anos atrás.

Esta é uma descoberta de fóssil “que eu nunca pensei que seria feita durante minha vida”, disse a antropóloga Brenda Benefit, da Universidade do Estado do Novo México, que não esteve envolvida no estudo, em comentários publicados pela revisa. “Esta descoberta ajudará a preencher informações que faltam sobre adaptações que influenciam as histórias evolutivas dos macacos e dos humanos.”

(Com AFP)

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