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Ex-assessora denuncia o governador

Por Da Redação
15 Maio 2009, 21h49

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começará a julgar nesta semana mais um processo de cassação envolvendo um governador – o quarto nos últimos quatro meses. O réu é o governador do Tocantins, Marcelo Miranda, do PMDB, acusado de abuso de poder econômico na eleição de 2006. Se for inocentado, Miranda não terá muito tempo para comemorar. O governador está prestes a enfrentar outra encrenca colossal. No início deste mês, a secretária Ângela Costa Alves decidiu contar à Polícia Federal tudo o que viu e, principalmente, todos os trambiques que ajudou a fazer como principal assessora de Dulce Miranda, a mulher do governador.

A ex-funcionária, que trabalhou com a primeira-dama de 2003 a 2006, disse que foi obrigada a abrir uma conta para receber dinheiro desviado do governo do estado, com o qual bancava, entre outras coisas, despesas como joias e roupas íntimas para Dulce. O depoimento, por si só, já seria devastador para a imagem do governador. Mas é pior. Ângela Alves também entregou à PF algumas provas do que ela testemunhou. A pilha de documentos inclui recibos do dinheiro vivo distribuído a eleitores, extratos da empresa que ela usou para lavar dinheiro do governo e até um vídeo em que se assiste a cenas de corrupção explícita.

De acordo com a ex-assessora, depois de várias denúncias de nepotismo, o governador foi obrigado a exonerar a mulher de uma das secretarias do governo. Para que ela continuasse mantendo seu padrão de vida, o governador criou uma estrutura clandestina de recolhimento de recursos. Uma empresa simulava contratos com o governo e repassava os valores recebidos para a conta administrada por Ângela Costa. De acordo com extratos em poder da polícia, em apenas seis meses a empresa recebeu 3,6 milhões de reais. O dinheiro, segundo depoimento da secretária, era distribuído à primeira-dama e a um tio do governador e também usado para pagar despesas pessoais do primeiro-casal. “Entreguei dinheiro nas mãos dela várias vezes. Entreguei dentro do palácio e até dentro do quarto dela”, contou Angela a VEJA.

A ex-assessora relatou ter distribuído dinheiro a beneficiários do programa Governo Mais Perto de Você, uma peregrinação que secretários e a primeira-dama faziam pelo interior do Tocantins. Nesses eventos, segundo Angela, Dulce Miranda distribuía dinheiro vivo à população. Para provar, ela entregou à PF um relatório assinado por uma assessora do governo, listando, uma a uma, 97 pessoas atendidas por Dulce Miranda em Ananás, a 520 quilômetros da capital, no dia 29 de abril de 2006. Ao lado dos nomes, há uma descrição do atendimento solicitado, como cesta básica, colchão, material de construção, casa própria, botijão de gás, passagem e “ajuda de custo”. Com a lista, a ex-assessora entregou dezenas de recibos, assinados pelos eleitores, atestando a distribuição do dinheiro.

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Procurado por VEJA, o governo do Tocantins informou que tomou conhecimento do depoimento da ex-assessora na semana retrasada e que desmente todas as acusações. “São alegações sem provas. Não há sequer um inquérito, uma investigação formal. Tanto que nem fomos notificados pela Polícia Federal”, diz a nota assinada pelo secretário de Comunicação, Sebastião de Melo. Ele encaminhou a VEJA uma carta enviada pela ex-assessora ao governador em janeiro passado, na qual ela se mostra arrependida das acusações que, depois, veio a confirmar oficialmente à polícia, inclusive anexando uma novidade impressionante. Trata-se de um vídeo gravado em outubro de 2008.

Nele aparece José Francisco do Santos, gerente de compras do governo, extorquindo um fornecedor. Ele pede 3.500 reais. “A primeira-dama pediu pra eu comprar um notebook para ela por 3.500. Assim que eu conseguir, eu vejo aquele empenho pra você”, diz Santos, ao embolsar um maço de dinheiro. Ao final, o empresário pede ajuda para sua empresa se livrar do pagamento de multas e impostos. O governo do Tocantins tomou conhecimento da propina em outubro passado por meio de um amigo do empresário extorquido. O gerente de compras foi afastado do cargo. Ele foi transferido para uma empresa estatal, a Mineratins, por determinação do governador Marcelo Miranda.

Leia a reportagem completa em VEJA desta semana (na íntegra somente para assinantes).

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