Defesa diz que Aécio nunca usou bloqueador de celulares
Em nota, Alberto Toron falou de objetos apreendidos em apartamento do tucano no Rio. Segundo advogado, nada encontrado compromete o senador
A defesa do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, por meio de nota, que os documentos e materiais apreendidos pela Polícia Federal na casa do tucano não comprometem a atuação parlamentar dele.
Segundo o criminalista AlbertoToron, responsável pela defesa do parlamentar de Minas, o bloqueador de celular encontrado pela Polícia Federal (PF) no apartamento do tucano no Rio, nunca foi usado. Ele afirma que Aécio Neves ganhou o equipamento durante a campanha presidencial de 2014, por conta de suspeitas de que a campanha estava sendo alvo de espionagem.
“Ele [bloqueador de celular] foi oferecido ao senador ainda na campanha presidencial de 2014, quando suspeitava-se de que conversas da sua equipe poderiam estar sendo gravadas. Porém, o aparelho jamais foi utilizado pelo senador”, afirma em comunicado.
O criminalista ressalta, ainda, que aguarda ter acesso a todos os documentos apreendidos durante as diligências da Polícia Federal no apartamento de sei cliente para esclarecer os fatos. Na avaliação do defensor, todos os documentos divulgados evidenciam “que nada que comprometa a atuação do senador foi encontrado”.
“Todas as campanhas das quais participou o senador ocorreram em absoluto respeito à legislação vigente. Por isso, repudiamos com veemência ilações apressadas que vêm sendo feitas sobre os citados documentos e aguardamos acesso a eles para que todos os esclarecimentos sejam feitos e eventuais dúvidas sanadas”, diz trecho da nota.
Além do bloqueador de telefone, no apartamento do senador, no Rio de Janeiro, foram apreendidos 15 obras de arte, diversos documentos (entre os quais um papel azul com senhas), além de diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, entre as quais constava a inscrição “cx 2”.
Sobre um dos quadros apreendidos pela PF, do pintor Portinari, a defesa de Aécio Neves disse que ele foi feito para o presidente Tancredo Neves, em 1961, e que está na família há quase 60 anos.
No gabinete do senador, foram apreendidas planilhas com supostos nomes de indicados para cargos federais, com referência aos partidos que fizeram as indicações e à remuneração, além de uma agenda com marcação de reuniões com Joesley Batista, e uma folha manuscrita com dados da empreiteira Odebrecht. Os celulares do senador também foram levados pelos policiais.
Tais ações são resultados da Operação Patmos, deflagrada pela PF no último dia 18, na qual cumpriu-se mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar de Minas, entre os quais um apartamento localizado na avenida Vieira Souto, em Ipanema.
A operação se baseou em informações repassadas pelos empresários Joesley e Wesley Batista em seus acordos de delação premiada com a Lava Jato. As denúncias dos donos do frigorífico JBS motivaram o afastamento de Aécio Neves do Senado por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com agências