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Brasil é o 11º país com mais mortes por arma de fogo

Levantamento do Mapa da Violência deste ano avaliou 90 nações e aponta que, no Brasil, 42.416 pessoas foram vítimas de disparos em 2012

Por Kalleo Coura 13 Maio 2015, 20h31

A cada hora quase cinco brasileiros morrem vítimas de um disparo de arma de fogo. Numa lista com 90 nações analisadas, apenas países do porte de Venezuela, El Salvador, Trinidad e Tobago e Iraque são proporcionalmente mais violentos que o Brasil, que ocupa a décima primeira posição neste ranking – taxa de 21,9 mortes a cada 100.000 habitantes. Este é o retrato traçado pelo Mapa da Violência 2015 – Mortes Matadas por Armas de Fogo, levantamento de autoria do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que será lançado nesta quinta-feira.

“Se não tivéssemos aprovado o estatuto do desarmamento, esse cenário seria ainda pior”, diz Jacobo. Apesar de as 42.416 mortes por armas de fogo registradas em 2012 serem o pico da série histórica que começa em 1980, no estudo, o sociólogo identificou que o estatuto foi responsável não só por anular a então tendência de crescimento anual dos homicídios de 7,2%, como por reduzir o número de assassinatos nos primeiros anos de implantação.

Com isso, segundo a pesquisa, 160.036 vidas foram poupadas no período de 2004 a 2012. Os jovens de 15 a 29 anos foram os principais beneficiários da mudança na legislação, com 113.071 vidas salvas.

Esse é o terceiro estudo com foco em mortes ocorridas exclusivamente por disparo de armas de fogo. O primeiro foi divulgado em 2005, e o segundo, em 2013, com dados até 2010. Na versão daquele ano, o número de mortes por armas de fogo foi de 38.892, e a taxa de mortes por 100.000 habitantes, foi de 20,4. Do segundo estudo para este, o crescimento desse tipo de morte foi de 9% para o número de mortes, e 7,35% em relação à taxa.

Taxas de mortalidade por arma de fogo no mundo
Taxas de mortalidade por arma de fogo no mundo (VEJA)
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​O estudo é lançado no momento em que a Câmara dos Deputados discute numa comissão especial o projeto de lei 3.722/2012, de autoria do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), que na prática revoga o estatuto do desarmamento.

“O projeto é um retrocesso. Se for aprovado, haverá um incremento absurdo da mortalidade. A primeira coisa que se faz quando as Nações Unidas intervém num país que vive um conflito é desarmar a população. Arma de fogo não foi feita para se defender, foi feita para matar”, afirma o sociólogo.

O Mapa da Violência identificou ainda a tendência interna das mortes por armas de fogo. A região Sudeste é a que registrou queda mais acentuada no número de mortes de 2002 a 2012, puxada principalmente por São Paulo e Rio de Janeiro, dois Estados que investiram em tecnologia e no aparelhamento de suas polícias principalmente no início da década passada.

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Os principais aumentos nas mortes foram de 135,7% na região Norte e de 89,1% no Nordeste. Já o Estado onde a violência armada mais cresceu foi o Maranhão, com uma variação de 273,2% no número de mortes. A explicação é que houve uma migração da criminalidade para áreas que tiveram um crescimento econômico recente, mas que tradicionalmente possuem um poder de investigação menor. Como a impunidade nessas regiões é ainda maior do que no Sudeste, o crime encontrou um ambiente mais que propício para se estabelecer e crescer.

Gráfico taxa de óbitos por arma de fogo
Gráfico taxa de óbitos por arma de fogo (VEJA)

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