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Bombeiros submergem contêineres para conter fogo em Guarujá

Nuvem tóxica já se espalhou por quatro cidades do litoral paulista

Por Nicole Fusco
15 jan 2016, 16h59

Os bombeiros que trabalham há mais de 24 horas no combate ao fogo que consome dezenas de contêineres do terminal da empresa LocalFrio, em Guarujá, litoral paulista, deram início nesta sexta-feira ao uso da técnica de ‘afogamento’ para evitar que o fogo consuma completamente mais equipamentos de carga – liberando, assim, mais fumaça tóxica. Trata-se da submersão dos contêineres em tanques com água. Dos nove equipamentos nos quais as chamas foram controladas até agora, quatro se deram por esse método. Ao todo, 25 contêineres pegaram fogo.

A principal hipótese para explicar a formação da nuvem tóxica que se espalhou sobre as cidades de Guarujá, Santos, São Vicente e Cubatão é uma falha em um dos contêineres. O equipamento teria uma rachadura que permitiu que a água da chuva entrasse em contato com a substância química armazenada, o dicloroisocianurato de sódio, provocando reações em cadeia, com a liberação de gases tóxicos, explosões e fogo. As chamas teriam, então, se espalhado para os outros equipamentos de transporte de carga, gerando o incêndio de grandes proporções.

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O método de submersão, contudo, é eficiente no combate ao fogo porque a quantidade de água presente no tanque é muito superior à do produto, como explica o tenente do Corpo de Bombeiro Rafael Marques: “Em contato com uma pequena quantidade de água, o ácido reage, criando mais vapor, mais calor e propagando o incêndio. Submergindo o ácido em um grande quantidade de água, no entanto, a gente o torna inativo”.

Antes de adotar esse método, porém, os bombeiros precisam analisar se essa é a melhor forma de combater as chamas. “Dependendo do material químico, a gente utiliza um determinado tipo de agente extintor, como espuma e pó químico – ou então a submersão”, disse Marques. “Nós alisamos a quantidade de produto que está reagindo com a água. Se for grande a quantidade, a gente submerge. Caso contrário, nós aplicamos o agente extintor.”

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Meio ambiente – O gerente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Enedir Rodrigues afirmou nesta sexta-feira ao site de VEJA que não foi encontrada nenhuma anormalidade no Estuário (ambiente de transição entre mar e rio) de Santos, localizado na área portuária. “Fizemos uma vistoria no Estuário e não constatamos mortalidade de peixes”.

A Cetesb também está fazendo coletas do sistema de drenagem da água. Ainda nesta sexta, deve chegar a Guarujá uma estação telemétrica móvel, vinda de São Paulo, para monitorar o ar da região. “Que a fumaça é tóxica nós já sabemos [por causa dos produtos químicos presentes nos contêineres], mas, a princípio, ela não causa nada mais sério”, disse. Sessenta e seis pessoas procuraram uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região com sintomas de náusea, mal-estar, irritação na garganta e olhos lagrimejando.

Embora de toxidade baixa, a nuvem densa ainda cobre parte de quatro cidades (Guarujá, Santos, São Vicente e Cubatão). Por isso, a principal recomendação dos bombeiros é evitar contato com a fumaça e, caso não seja possível, usar um pano seco ou uma máscara para minimizar a inalação dos gases tóxicos.

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Questionado se a Cetesb vai tomar alguma medida judicial contra a LocalFrio, Rodrigues disse que, no momento, a preocupação é em concluir a parte técnica. “Depois que finalizarmos a ocorrência, vamos tomar todas as ações contra a empresa”, informou.

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