Acusado de terrorismo tem prisão decretada por esfaquear vizinho
Daniel Freitas Baltazar, de 20 anos, estava em liberdade condicional há menos de um mês, monitorado por tornozeleira eletrônica
O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Operação Hashtag, determinou no início da noite desta sexta-feira a prisão preventiva de Daniel Freitas Baltazar, de 20 anos, um dos investigados na Hashtag por planejar atentados terroristas durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em agosto. Colocado em liberdade há menos de um mês, após passar dois meses na prisão de segurança máxima de Campo Grande (MS), Baltazar esfaqueou um vizinho no último sábado. O crime aconteceu em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, onde o rapaz vive e era monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
Em seu parecer favorável à prisão preventiva de Baltazar, o Ministério Público Federal havia estipulado um prazo de quinze dias de reclusão, mas Josegrei não delimitou tempo para a prisão porque “se trata de indivíduo perigoso, violento e que demonstrou concretamente ser capaz de, em liberdade, atentar contra a tranquilidade pública e a incolumidade de terceiros determina que permaneça recluso até que os pressupostos fáticos e jurídicos que a justificaram se dissipem”.
O magistrado ainda assinalou que, além de violar uma das condições da liberdade condicional, não cometer novos crimes, um vídeo gravado por uma câmera na rua no momento em que Baltazar atacou seu vizinho mostra que “sua autuação em flagrante evidencia uma ação premeditada e violenta”.
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Marcos Josegrei também lembrou outro episódio, em que Daniel Baltazar atirou com uma arma de pressão contra uma vizinha, e o depoimento de uma das testemunhas do esfaqueamento, segundo a qual, logo após a chegada da Polícia Militar, Baltazar confessou que pretendia matar o vizinho.
O juiz federal determinou que a Polícia Federal conclua em até quinze dias o inquérito que apura a participação de Daniel Freitas Baltazar nos crimes investigados pela Operação Hashtag. Mensagens interceptadas pelas investigações mostram que o jovem tinha intenção de praticar um atentado suicida no Brasil e que não devia lealdade a ninguém, já que se autoclassifica como um “lobo solitário”.
Réus por terrorismo
Daniel Freitas Baltazar não está entre os oito investigados na Hashtag que viraram réus em setembro, na primeira ação penal no Brasil originada da lei antiterrorismo, sancionada em março deste ano. São réus e serão julgados pelos crimes de promoção de organização terrorista, associação criminosa e corrupção de menores Leonid El Kadre de Melo, Levi Ribeiro Fernandes de Jesus, Israel Pedra Mesquita, Alisson Luan de Oliveira, Oziris Lundi, Luis Gustavo de Oliveira e Hortêncio Yoshitake.
Fernando Pinheiro Cabral, é o único que não responderá por corrupção de menores. Considerado um dos líderes do grupo, El Kadre também é acusado de recrutamento para organização terrorista.