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Por Valmir Moratelli
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Karol Conka: ‘Sucesso da mulher ainda incomoda os homens’

Requisitada no meio publicitário e símbolo de uma geração feminista, rapper ainda sofre preconceito: 'As pessoas falam o que querem nas redes sociais'

Por Rafael Aloi Atualizado em 2 fev 2017, 10h10 - Publicado em 27 jan 2017, 17h29

A rapper Karol Conka fez do “tombamento” sua filosofia — e caminho para o lucro. O termo popularizado pela música Tombei agrega valores variados, como o falado empoderamento feminino. A postura da curitibana de 30 anos a levou à festa de abertura das Olimpíadas, aos jornais internacionais e, claro, ao mercado publicitário. A nova conquista de Carol é ser o rosto e voz do time de vôlei feminino da Nestlé, com o clipe exclusivo O Rolê é Nosso.

Segundo a cantora, a fama e o bom momento na carreira não diminuíram o preconceito de todos os dias. “O sucesso da mulher ainda incomoda os homens. Existe a ideia de que a mulher só alcança algo depois de abrir as pernas para alguém. Eles nunca vão achar que é porque ela foi inteligente o suficiente, ou que calculou sua carreira”, diz a artista, sem meias palavras. A fama também não a blindou do racismo. “As pessoas entram nas redes sociais e falam o que querem. Todo dia eu entro e tem um comentário desnecessário, mas todo dia minha conta ganha mais curtidas”, fala com bom humor.

A empresa escolheu Karol para compor a música e estrelar o clipe justamente porque desejava essa aproximação com o temática do poder feminino. “Hoje em dia não tem outro tema mais importante. A Karol foi o primeiro e único nome que surgiu quando estávamos atrás de alguém para fazer um hino para o time com essa pegada”, explica Rafael Souza, gerente executivo de branding da Nestlé.

Na letra da música, a rapper usa referências de esporte para falar de “mulheres guerreiras” e mostrar que a união entre elas é importante.

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Confira abaixo a entrevista completa com Karol Conka:

Você se tornou um símbolo feminista e de empoderamento.Planejou isso? Foi o feedback do público. O público diz tudo. O público, as mídias, os veículos, eu percebi que eles comentavam o meu trabalho de uma maneira respeitosa, e sempre falando de feminismo e que eu faço crítica de uma forma diferente. Também abordo assuntos sérios, mas de uma maneira leve.

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Depois que se tornou famosa, o machismo e o racismo se tornaram mais velados? Não mesmo. As pessoas entram nas redes sociais e falam o que querem. Todo dia eu entro e tem um comentário desnecessário, mas todo dia minha conta ganha mais curtidas e aumenta a popularidade.

Quais as dificuldades de ser uma mulher no mundo do rap? Aguentar os caras que não entendem o que é uma mulher no mundo do rap.

Tem algum exemplo? O sucesso da mulher ainda incomoda os homens. Existe a ideia de que a mulher só alcança algo depois de abrir as pernas para alguém. Eles nunca vão achar que é porque ela foi inteligente o suficiente, ou que calculou sua carreira. Mulher só é respeitada quando ganha visibilidade, e são pouquíssimas.

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Como compara o tratamento que você recebia como uma criança negra de periferia com a maneira como seu filho é tratado atualmente? Eu acho que não mudou muita coisa. Meu filho estuda em uma escola particular, tem um estilo de vida muito diferente do meu. Mas o preconceito sempre vai estar aí, independentemente da escola ser particular ou não. Também, para branco, ele é preto, mas para preto ele é branco. Eu não tenho um filho “pretinho”, pra dizer como é que rola. Pelo Jorge ser filho da Karol Conka, não vão mexer com ele. Nenhum professor vai xingá-lo.

Você tem algum nome que te inspirava muito quando criança, ou te inspira ainda? A Oprah! Mas que não seja famosa é a minha vó.

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O que ela te falava? Para eu nunca abaixar a cabeça para os homens e nunca depender deles.

E a Oprah, o que via nela? A Oprah me inspira na forma como ela fala, na forma de vida, a espiritualidade dela, como ela conduz as entrevistas, como ela entende as pessoas.

“Eu adoro sertanejo. Tem umas letras profundas que você fala: ‘nossa, eu vivo isso’.”

Karol Conka
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O seu repertório mistura rap com pop. A mistura de gêneros é comum na cultura brasileira. Atualmente o funk se fundiu com o sertanejo e o brega. Você tem vontade de experimentar algum ritmo novo? Com funk eu já trabalho. Mas com sertanejo, eu não vejo problema. Só nunca tive uma oportunidade. Eu adoro sertanejo, na verdade. Tem umas letras profundas que você fala: ‘nossa, eu vivo isso’. Mas eu ainda acho que não é o clima. Só faço música com pessoas que eu viro amiga, e eu não estou muito nessa área.

Como vê essa explosão de sertanejo com mulheres? É maravilhoso. As músicas, as letras são fantásticas.

Qual você gosta? Tem uma da Marília Mendonça, que eu não lembro agora. Mas eu adoro porque uma amiga fica ouvindo o tempo todo. Ela fala na letra que o cara largou ela pra ficar com outra, mas é muito poético o jeito que ela canta, mas ao mesmo tempo simples. Mas eu não sei nem o nome dessa música, pra você ver como eu não sou desse mundo (risos).

O que podemos esperar do seu novo álbum? É uma mistura de influências e vontades. Não é igual ao Batuk Freak, porque eu não gosto de repetir. Se eu posso fazer uma nova fórmula, por que repetir a mesma?

O que você ainda gostaria de alcançar na sua carreira? Eu quero… Eu não sei. Gostaria de conquistar o máximo de pessoas possíveis que entendam a minha mensagem. Em meio a um turbilhão de pessoas que vão me entender errado… eu quero conquistar as pessoas certas.

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