Três etapas já se passaram e seguem as reclamações sobre o novo regulamento da Stock Car. Anunciadas no início do ano, as mudanças visam, principalmente, atender o interesse do público e da televisão. Contudo, a maioria delas desagrada a parte fundamental da modalidade: os pilotos.
A duração das corridas foi diminuída de 50 para 40 minutos mais uma volta, a pedido da emissora que transmite o campeonato. Por conta disso, os pitstops, que consumiam certo tempo de pista para os pilotos, foram retirados da competição e os tanques de combustível tiveram sua capacidade aumentada para 100 litros.
Com o intuito de tornar a disputa mais acirrada e, assim, aumentar o interesse do público, o botão de ultrapassagem pode ser acionado nos treinos classificatórios, que agora têm seus dez primeiros classificados proibidos de promoverem alterações na altura do carro e na cambagem dos pneus até o início da corrida. A distribuição de pontos é em dobro na última rodada, a fim de aumentar a imprevisibilidade do resultado.
‘Pontuação dobrada na última rodada é só para dar uma maquiada e fazer com que cinco, seis, sete pilotos cheguem ao final com chance de título, mas não é justa’, reclamou Ricardo Maurício, também lamentou o fim do reabastecimento obrigatório. ‘Nossa equipe era a melhor em pitstop’, afirmou o piloto da Eurofarma.
Campeão em 2008, o paulista aprova, contudo, o fim dos playoffs e a alteração na contagem de pontos. No antigo sistema, os dez melhores classificados nas oito primeiras provas do calendário tinham a pontuação multiplicada para disputar uma espécie de ‘mata-mata’ nas quatro etapas finais.
Agora, o sistema é de pontos corridos. Após uma etapa, o primeiro colocado recebe 22 pontos, o segundo, 20, e o terceiro, 18, com a pontuação declinando de um em um até o 20melhor piloto, que fica com um ponto. ‘A pontuação fica mais apertada e premia-se a regularidade, mas a corrida perde em emoção. Antes, com uma diferença grande, valia a pena o piloto se arriscar para ganhar uma posição. Agora, por dois pontos, é melhor tomar cuidado para não sair da prova’, apontou Ricardo Maurício.
‘Eu nunca concordei com os playoffs. A patrocinadora paga 12 provas e você não corre todas? Para onde vai o dinheiro que ela investiu nas outras provas? Sou a favor de descarte, mas apenas um por ano’, completou o piloto que, na temporada passada foi um dos ‘prejudicados’ pelo antigo sistema. Por conta da regra que eliminava dois resultados na temporada normal e um no playoff, Ricardo Maurício, segundo colocado na classificação, chegou à etapa derradeira com menos chances de conquistar o título do que o terceiro, Max Wilso
Companheiro de Ricardo Maurício na Eurofarma há quatro anos, Max Wilson preferiu o discurso político. ‘Não concordo com o regulamento, mas é igual para todos. Nosso trabalho continua o mesmo: fazer o melhor possível’, declarou o piloto nascido na Alemanha e campeão da competição em 2010.
Na atual temporada, Ricardo Maurício é o líder da classificação com 55 pontos. Ele ainda não venceu, mas soma um terceiro, quarto e segundo lugar. Já Max Wilson, que teve problemas na estreia, em Interlagos, é o quinto colocado, depois de se recuperar com a segunda e terceira colocação nas duas últimas provas. A próxima etapa está marcada para este domingo, em Ribeirão Preto.