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Reunião do Conselhão e propostas de Dilma são só uma tentativa de afastar o impeachment

Fórum reunido por Dilma não resolve coisa nenhuma. A proposta econômica é velha, e o que não é velho não será feito sem o Congresso, a menos que o Capitão Nascimento meta todo mundo no saco

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h38 - Publicado em 28 jan 2016, 21h45

Eu sei que sempre parece de maus bofes partir, assim, de cara, afirmando que o grande esforço do governo para sair do buraco não vai dar em nada. Mas fazer o quê? Cada um segundo a sua profissão. Alguns ganham para ser otimistas; outros, para ser pessimistas; e há quem se comprometa a ser realista.

Dilma reuniu o tal Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que junta alguns dos maiores empresários do país, alguns sindicalistas, um ator, uma jogadora de vôlei e a presidente da Apeoesp, Bebel — que costuma promover greves absurdas e malsucedidas. A última iniciativa da companheira foi se juntar a grupos de extrema esquerda para impedir uma reforma correta da educação em São Paulo.

O que Dilma anunciou e/ou prometeu? Injetar R$ 83 bilhões na economia na forma de crédito mais barato, usar o FGTS como garantia de crédito consignado, lutar pela CPMF e defender a reforma da Previdência.

Peguemos do básico. Não conheço economista que acredite nessa tal retomada, por meio desse mecanismo, porque as empresas e os indivíduos estão endividados. Há uma chance de o dinheiro acabar sendo usado por quem não precisa. Os mecanismos ainda não estão claros. Os bancos públicos serão os agentes dessa expansão do crédito.

Sem convicção, Nelson Barbosa, da Fazenda, disse não haver risco de uma pressão inflacionária porque esse dinheiro já está na economia. Ninguém entendeu o que ele quis dizer. Todo dinheiro está na economia. Existe o inflacionário e não inflacionário. Se esse não for, certamente é por outro argumento.

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O que o Conselhão pode fazer por Dilma? Nada! A menos que alguns potentados saiam dali para comprar parlamentares — não creio que vá acontecer —, Dilma precisa negociar com o Congresso. Será que, se o Bradesco, o Itaú e Jorge Paulo Lemann pedirem, o Legislativo apoia a recriação da CPMF? Também se pode tentar com Wagner Moura, Ana Moser e Fernando Morais… Quem sabe?

Dilma não tem de negociar apenas com o Congresso. Também é conveniente que converse com o povo, a quem prometeu solenemente que não iria recriar o imposto, não é mesmo?

Em seu discurso (íntegra aqui), disse a soberana sobre a reforma da Previdência:

“Não somos mais o país de jovens que podia se permitir adiar indefinidamente a solução de seus desequilíbrios previdenciários. Os brasileiros – e isso é muito bom – estão vivendo cada vez mais e o direito à aposentadoria tem sido exercido por mais tempo. A aposentadoria é a justa remuneração pelo trabalho de toda uma vida. Mas estamos em vias de perder o chamado ‘bônus demográfico’, ou seja, a situação mais confortável em que a parcela da população que trabalha é maior do que aquela de crianças e idosos somados. A tarefa de um governo responsável, de um Congresso cônscio de seus deveres e de uma sociedade preocupada com seus cidadãos é analisar esta realidade com prudência e serenidade, mas sem interditar o debate. É normal ter incerteza quanto ao futuro. Nós todos temos incerteza quanto ao futuro. Mas não podemos ter medo de discuti-lo desde já, porque assim fazendo reduzimos as incertezas, os ônus e encaminhamos as soluções.”

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Quem não tem memória que compre a conversa mole desta senhora. Ela sabe muito bem que o seu partido inviabilizou a reforma da Previdência que FHC tentou implementar. E que vai continuar a se opor a qualquer mudança, esperando que os “conservadores” façam o que eles, esquerdistas, consideram o “serviço sujo”. Até agora, a própria presidente não tem coragem de assumir uma pauta. Para fazê-lo, reitero, tem de se comportar, de novo, como estelionatária.

O Conselhão é só uma manobra de curto prazo para tentar tirar o impeachment da agenda. O que se quer é vender um conjunto de intenções e insistir nos mesmos erros — uso dos brancos públicos — para ver se empurra a coisa com a barriga até 2018.

O projeto de Dilma continua o mesmo: não cair. O resto é conversa mole.

Um governo que fosse sério escolheria duas ou três prioridades, elaboraria um projeto e iria bater às portas do Congresso. O que Dilma quer é ver se usa o Conselhão contra o Parlamento, para que aquele pressione este. Não funcionou antes. Não vai funcionar agora. A menos que o capitão Nascimento “meta todo mundo no saco”.

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