MENDES, PARA NÃO VARIAR, DISSE A COISA CERTA. OU: SOBRE IGUALDADE IDEAL E DESIGUALDADE REAL
(leia primeiro o post abaixo) O presidente do Supremo, Gilmar Mendes, para NÃO variar, diz a coisa certa. E não faltará quem grite: “Oh, ele se pronuncia fora dos autos”… Quais “autos”? Conversa mole! Mendes é presidente de um dos Poderes da República. Nessa condição, não só pode como deve — sim, é um dever […]
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O presidente do Supremo, Gilmar Mendes, para NÃO variar, diz a coisa certa. E não faltará quem grite: “Oh, ele se pronuncia fora dos autos”…
Quais “autos”? Conversa mole! Mendes é presidente de um dos Poderes da República. Nessa condição, não só pode como deve — sim, é um dever — pronunciar-se sobre questões que são de natureza institucional. O que há de errado ou exótico em defender o cumprimento das leis? Não será, então, o presidente do Supremo o principal procurador da ordem legal vigente no país?
Acontece que, para certos setores, o chefe do Executivo tudo pode — inclusive declarar o seu inconformismo com o fato de que todos temos, ATÉ ELE (e é disso que não gosta), de nos subordinar à ordem legal —, mas o chefe do Judiciário deveria ficar calado, encerrado numa torre de marfim.
Há dias, Marco Aurélio Garcia, o Cérbero de Lula, atacou ferozmente, como sói acontecer, o presidente do Supremo. Lula acabara de dizer num encontro do PC do B aquela pérola sobre os malefícios de termos de nos subordinar às decisões judiciais, e Mendes observou o óbvio: a lei é para todos!
Um ministro como Mendes irrita os petistas justamente porque lembra este princípio fundador da democracia: “Todos são iguais perante a lei”.
Os petistas só entendem uma República em que se chega a uma igualdade ideal praticando uma desigualdade real. É por isso que trabalham tanto para dividir o país.