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FHC, Temer e Mendes: o sentido secreto. Ou: Encontro com o Sr. Miyagi

Quando um presidente encontra um ex, na presença de um ministro do Supremo, numa agenda aberta, então pode ser que as coisas estejam no rumo certo

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h35 - Publicado em 12 out 2016, 23h36

Qual é o sentido secreto do encontro entre o presidente Michel Temer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Gilmar Mendes, presidente do TSE e ministro do Supremo?

Resposta: nenhum!

Não existe sentido secreto em almoço que só não é público porque, bem, estava restrito aos convidados, como costuma acontecer em casos assim. Quem quer conspirar não marca almoço em agenda. Dá para fazer até por WhatsApp. É só caprichar nas metáforas para esconder a coisa da Polícia Federal e dos procuradores. Convém, nesses casos, não chamar Fernando Henrique Cardoso de “FHC”, Michel Temer de “MT” e Gilmar Mendes de “GM”.

Uma das leituras óbvias sobre as intenções paralelas de um almoço com FHC é o risco de balcanização do tucanato. Explica-se. Haverá uma vaga para disputar a Presidência e três pretendentes: Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. Juntos, eles atravessam o Rubicão e dizem “Alea jacta est” — “a sorte está lançada”. Separados, podem ajudar Catilina, o inimigo, que, no caso, atende pelo nome de Lula —  caso este esteja judicialmente funcional em 2018.

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Nessa hipótese, FHC seria o ponto de ancoragem de todas as ambições. Pois é. Nem acho que seja. O almoço é bom porque, afinal, o tucano enfrentou horas difíceis a seu tempo: Plano Real (como ministro), Proer e Lei de Responsabilidade Fiscal (como presidente). E conseguiu vencer a resistência da esquerda armada de imposturas e dos corporativistas. Temer tem de fazer a mesma coisa agora.

Não me parece, pois, que o sentido secreto de convidar para o almoço o sr. Miyagi do tucanato (é preciso ter assistido a “Karatê Kid” para entender a referência) busca estabelecer um diálogo acima do trio potencialmente beligerante. Sempre é tempo de ouvir. O único sr. Miyagi de si mesmo que eu conheço é Lula. Dá no que dá.

E Gilmar?
E o que fazia lá Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, onde correm ações que têm como alvo o próprio Temer, e ações essas movidas pelo PSDB, de que FHC é presidente de honra?

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Bem, eu não estava presente ao encontro, que tinha como comensal também Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo. Mas duvido que Mendes estivesse, entre uma garfada e outra, acertando os termos de eventuais votos que dará. Até porque, qualquer que seja a decisão, ela será tomada por sete ministros. E não bastaria seduzir um único com um jantar.

É curioso que, num ambiente em que todos se estapeiam, como vinha sendo a regra no Brasil, um simples almoço de um presidente da República com um ex-presidente, na companhia de um ministro do STF, seja tratado aqui e ali como conspiração.

Será que eu vejo isso como sinal de civilidade e como um elemento virtuoso só porque sou um liberal? Será que o ambiente natural de um não liberal é aquele do tiro, porrada e bomba?

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