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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Extrema direita que arma a volta de Lula se junta contra mim!

Os xucros se juntaram ao lado místico-salvacionista da Lava Jato e conduziram o processo político a uma crise que tem tudo para devolver o país às esquerdas

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 22 fev 2017, 21h25 - Publicado em 20 fev 2017, 17h31

Por que a extrema direita resolveu decretar, como quer o mais tolinho e circense deles, a minha morte? Porque cravei a expressão “direita xucra” para definir aqueles que, na prática, estão criando o caldo de cultura para a volta das esquerdas. A recuperação eleitoral de Lula e um voto hoje majoritário com sinal de esquerda — não quer dizer que fique assim — decorrem da permanente depredação da política. Mesmo o funcionamento normal dos Poderes, com suas regras e ritos, é visto como instrumento da impunidade. A pergunta que boa parte da população se faz é esta: “Se ninguém presta, por que tiraram o PT do poder?”.

Mas não é só. Apontei que a manifestação marcada para o dia 26 acabará entrando como um passivo na conta de um governo que, a duras penas, tem conseguido recriar os fundamentos para a recuperação da economia. Há mais: já que ninguém ameaça a Lava Jato — ou demonstrem o contrário! — e ela pode seguir fazendo o seu trabalho, o terreno não petista deveria se dedicar aos temas, estes, sim, afinados com uma reforma liberal: reforma da Previdência, reforma trabalhista e reforma política para aprimorar a representação.

Sim, as pessoas têm suas prioridades. Qualquer cabeça liberal organizada, que tem uma razoável distância entre o fígado e o cérebro, sabe que, para o futuro, mais importante do que a sanha punitiva (que se aplique a lei, ora!) é criar estruturas que impeçam que os erros se repitam; é criar um modelo que dependa menos de arbitragens individuais; é criar um arcabouço institucional infenso a “entes de razão”, como o PT, que aparelham o estado; é criar regras que impeçam a democracia de ser — para usar uma palavra que Tiago Pavinatto recuperou, esmagada pelos escombros da ignorância militante — um apanhado de solipsismos truculentos de senhores da guerra.

Aqui uma nota: entre as vigarices que se espalham pelas redes, acusam-me de ter passado a “atacar o MBL”. É uma mentira! É uma farsa grotesca! Até porque os mesmos que agora se apresentam como hienas, achando que sou a carniça, também tinham o movimento como alvo até outro dia. Tampouco, já deixei isso claro, considero que um movimento como Vem Pra Rua integra essa extrema direita que relincha.

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De volta ao ponto

Boa parte dos que agora se juntam para gritar “Destruam Reinaldo Azevedo! Ele não é direita! Nós somos a verdadeira direita” estava calada quando o PT dava as cartas. Tinha receio de falar. Outros, é o caso de Olavo de Carvalho, precisam de uma esquerda poderosa e no poder para que possam exercer a sua pantomima de resistência.

Há uma diferença entre combater a esquerda por convicção e fazê-lo como meio de vida. Vocês não se comovem com “intelectuais” que ficam pedindo contribuições a seus seguidores, alegando perseguição? Ora, são perseguidos apenas pela sua preguiça e pela sua incompetência. Quando não pelas duas coisas,  somadas à arrogância. Uma das razões que os enfurecem são os meus vários empregos. Dizem: “Ah, ele é a direita que a mídia deixa aparecer!”.

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Não! Eu sou a direita que civiliza o debate e não ataca o eleitor de Lula porque ele é nordestino. Eu sou a direita que pede a venda de todas as estatais, sem exceção, em vez de sair por aí a atacar homossexuais. A propósito: perguntem se o “presidenciável” Jair Bolsonaro venderia a Petrobras e o Banco do Brasil… Seus “fiéis” acham mais importante atacar gays que se beijam em público. Eu sou a direita que submete, sim, certas convicções à realidade. Tome-se o caso das drogas: as pessoas são livres para se matar. Mas a legalização não, vamos lá, uma matéria “solipsista”. É preciso ver em que contexto se dá.

A esquerda voltando, e eles…

Ora, vejam que coisa: a esquerda voltando ao poder, e a extrema direita conjurada para atacar… Reinaldo Azevedo!!! Eis a prioridade deles. E os vermelhos e oportunistas, claro!, se divertem. Certa senhora diz que que vai revelar uma grande bomba sobre mim, os meus segredos (que medinmho!!!), e páginas de esquerda estampam isso em títulos garrafais.

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Eu estava certo

Há muito eu vinha alertando que certos desvios de conduta da Lava Jato, associados a esse espírito miliciano que transforma simples divergência em sabotagem, como faziam antes os petistas, acabariam revigorando a esquerda. E, como observou Elio Gaspari — de quem costumo divergir, diga-se —, a jararaca está viva e engordou.

Querem mais? Se os prazos forem cumpridos como de hábito, sem aceleração oportunista, a eleição de 2018 acontece antes de Lula ser condenado na segunda instância — na hipótese de que vá, claro! Na primeira instância, será: ninguém duvida da honradez de Sergio Moro. E, sim, o homem é um candidato viável.

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Mas o inimigo a ser destruído pela extrema direita sou eu.

Eu estava certo. Os extremistas, oportunistas e especuladores resolveram se ligar à ala místico-salvacionista da Lava Jato e levaram a política à lona. É o cenário ideal para o crescimento de fascistoides de esquerda e de direita. Não por acaso, Lula lidera a mais recente pesquisa. Em segundo lugar, empatado com Marina, está Bolsonaro…

Imaginem, a esta altura, o espírito daqueles que têm de se arriscar, porque sempre há risco, para investir no país.

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É evidente que a demanda dos que me acompanham para eu responder àqueles que me atacam é gigantesca. Agora o grupo conta até com uma espécie de mestre de cerimônias. Proponho a todos vocês um exercício: a cada vez que alguém identificado com a “direita” me atacar, recorram ao Google e procurem saber o que falei a respeito da pessoa em questão no meu blog, no passado. Não há exceção. Ou foram elogiados ou foram defendidos por mim quando o meu blog era uma das poucas trincheiras de combate ao PT.

Alguém poderia indagar: “E por que eles todos passaram a atacá-lo? A culpa deve ser sua”. Bem, a minha responsabilidade aí se limita a algo de que não me arrependo: uso de boa-fé com as pessoas e parto do princípio de que fazem o mesmo comigo. Nos casos mais virulentos, a razão é apenas uma: são pessoas querendo ganhar espaço no chamado “mercado de ideias da direita”. É claro que isso define caráter. Fazer o quê?

Recorrem a uma farsa para tentar justificar as suas agressões, que têm razão puramente comerciais: “Reinaldo Azevedo mudou de opinião sobre isso e aquilo…”. Uma ova! Nem sobre isso nem sobre aquilo. Eu só me recuso a ser patrulhado por quem quer que seja. Nem pelos petistas nem pelos antipetistas; nem pela esquerda nem pela extrema direita.

Já escrevi centenas de vezes sobre a importância da Operação Lava Jato para o Brasil. E apontei, quando achei necessário, os exageros que cometeu. E o farei sempre que acontecer. Sim, Lula também chegou a ser alvo de arbitrariedades. Será que um “direitista”, como sou, está proibido de reconhecê-lo? Não sou militante partidário nem disputo poder.

Vão plantar favas!

O fato é que eu acertei, e eles erraram. Já escrevi sobre uma epígrafe que está no livro “The captive mind”, de Czeslaw Milosz (Penguin Books), que recomendo vivamente. É uma espécie de ditado ou um aforismo espichado atribuído a um velho judeu da Galícia, que traduzo assim: “Quando alguém está 55% certo, isso é muito bom e não há discussão. Se alguém está 60% certo, isso é maravilhoso, é uma grande sorte, ele que agradeça a Deus. Mas o que dizer sobre estar 75% certo? Os prudentes já acham isso suspeito. Bem, e sobre estar 100% certo? Quem quer que diga que está 100% é um fanático, um facínora, o pior tipo de velhaco”.

 

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