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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Ex-presidente Dilma reúne imprensa internacional para denunciar golpe e dizer outras coisas sem sentido

Na conversa com seis veículos estrangeiros, ela anuncia que Lula irá, sim, para o governo, não importa a condição. Parece bom! O réquiem fica completo

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h10 - Publicado em 24 mar 2016, 22h58

Um governo já caiu quando um oferecido qualquer do Ministério das Relações Exteriores emite um comunicado mundo afora acusando estar em curso um golpe de estado. Como os países, os relevantes ao menos, sabem ser isso falso, logo entendem o óbvio: o comando já não comanda.

Um governo já caiu quando a presidente da República legal abre mão de suas funções em favor de um presidente “de facto”, convoca seis veículos de comunicação estrangeiros — todos de centro-esquerda — e também anuncia o golpe que não existe.

Ou por outra: um governo já caiu quando a governante, prestes a ser posta fora do poder por um processo de impeachment, abdica de falar com o Congresso — porque já sabe ser inútil — e prefere convocar uma espécie de solidariedade internacional contra as instituições de seu país. Acreditem: isso é inédito na história.

Dilma falou nesta quinta a correspondentes do The New York Times (EUA), The Guardian (Reino Unido), Le Monde (França), El País (Espanha), Página 12 (Argentina) e Die Zeit (Alemanha).

Insistiu na conversa mole do golpe, mas sentiu a necessidade de explicar: ele não seria do tipo militar. Ora, claro que não! Um golpe que não é militar seria então o quê, especialmente quando o rito da deposição ou não foi definido por uma corte suprema que é absolutamente livre? A decisão de conceder tal entrevista só nos cobre, como país, um pouco mais de ridículo.

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Demonstrando que pode dar sempre mais um passo depois de chegar ao limite, confirmou que Lula estará no seu governo seja ou não ministro. Se a primeira hipótese for barrada no Supremo, ela, então, o nomeia seu assessor especial. Dito de outro modo: enquanto durar o mandato formal da “presidenta”, o país terá um “presidento” que não foi eleito por ninguém.

É o que o PT entende por democracia.

Vivendo dias patéticos, Dilma foi longe na impostura e atribuiu a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) o processo de impeachment, o que é falso como nota de R$ 3. Ele recebeu o processo porque fazê-lo é parte de suas atribuições de presidente da Câmara. Ela tenta posar de vítima de alguém enrolado com a Justiça.

Anunciou também a sua disposição de recorrer a todos os meios legais para não perder o cargo. Não sei a que se refere. Mas, se forem legais, ótimos. O que não dá é para sair por aí praticando constrangimento ilegal, não é mesmo?

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A presidente-fantasia ainda tentou pescar nas águas turvas da discriminação de gênero: “Por que querem minha renúncia? Por que sou uma mulher fraca? Não sou”. A resposta, obviamente, é não? Será que o país quis a saída de Collor porque o considerava um homem fraco? Também naquele caso se cobrou a renúncia antes do processo de impeachment. Ele não aceitou. Renunciou depois, mas o processo seguiu até o fim no Senado.

A ainda presidente reclamou também da violação de privacidade, que, segundo diz, agride a democracia. Referia-se, claro!, ao fato de Sergio Moro ter tornado públicas conversas telefônicas em que ela aparece como interlocutora.

Então vamos ver: o exagero do juiz Sergio Moro, nesse caso, foi coibido, e o ministro Teori Zavascki já decretou o sigilo sobre as conversas. Daria até para engatar um papo a respeito se os diálogos não flagrassem a atual presidente e o ex em bate-papos que tinham como alvo coibir a Lava Jato; se, entre os diálogos, não houvesse aquele, de sentido óbvio, sobre usar um termo de posse como se fosse um habeas corpus preventivo.

Como é evidente, isso tudo agride a democracia, não é mesmo, ex-presidente?

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