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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Esquerdas estão mais assanhadas do que pinto no lixo e atuam contra Temer na Câmara e na PGR

PSOL protocola pedido de impeachment; PT e PCdoB protocolam uma representação contra o presidente, acusando-se concussão e advocacia administrativa

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h13 - Publicado em 29 nov 2016, 03h28

A esquerda, e nem poderia ser diferente, está mais animada do que pinto no lixo. O PSOL, cuja função na política é sentar sobre o próprio rabo e denunciar adversários, entrou na Câmara com um pedido de impeachment do presidente Michel Temer. Parlamentares do PT e do PCdoB, por sua vez, protocolaram, na tarde desta segunda, uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) com pedido de investigação de Temer pelos supostos crimes de concussão e advocacia administrativa.

Em pauta, o tal prédio em Salvador, ainda a ser construído, que está na raiz da saída de dois ministros: Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

Ai, ai, que preguiça! Querem ver como é fácil desmontar uma falácia?

Vamos nos lembrar de Dilma Rousseff, aquela presidente que foi impichada. Ela caiu porque cometeu crime de responsabilidade e porque perdeu apoio político, certo? Só uma coisa ou só outra não teria bastado. Foi preciso ter a combinação das duas.

Raciocinemos por hipótese, fazendo de conta que o presidente Michel Temer tivesse ordenado que Calero retirasse do Iphan o caso do prédio, transferindo-o para a Advocacia Geral da União. Sim, o presidente admitiu ter sugerido a arbitragem da AGU.

Pergunta-se: isso foi feito?

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Resposta: não!

Tomemos o caso por suas consequências:
– Geddel foi demitido:
– a decisão do Iphan, que embargou a obra, está mantida;
– a presidente do órgão, Kátia Bogea, continua no cargo;
– o próprio Calero admite que Temer não queria a sua saída.

Bem, agora voltemos a Dilma. E se, em vez ter dado a pedalada, ela só tivesse autorizado a dita-cuja ou mesmo ordenado que fosse feita, mas sem que o crime tivesse efetivamente acontecido? Expresso-me de outra maneira: e se ela tivesse mandado pedalar sem ser obedecida? O que teria acontecido: ora, ela continuaria, infelizmente, presidente da República.

Entenderam? Ainda que fosse um crime sugerir que o caso passasse para a AGU, e crime não é, o fato é que essa decisão não foi tomada. Um presidente não comete crime nenhum quando simplesmente faz uma sugestão a um subordinado. E o caso é ainda mais gritantemente irrelevante já que tal sugestão não teve consequência nenhuma.

Onde está o crime de Temer? Onde estaria o de Dilma se, tendo mandado pedalar, pedalada não tivesse havido?

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O senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso, comentou o pedido de impeachment: “Não tem nenhum sentido, nenhum cabimento jurídico ou político esse pedido do PSOL. É claro que é uma chicana, uma manobra política tentando atrapalhar, mas não tem dimensão ou razoabilidade. O PSOL, antes de entrar com um pedido contra o presidente, tem de explicar por que as gráficas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) estavam rodando material de campanha para o candidato do partido”.

Jucá se refere a um fato ocorrido durante a campanha de Marcelo Freixo à Prefeitura do Rio. Com efeito, a gráfica da universidade estava rodando de maneira ilegal e clandestina material de campanha. Fosse só isso… Uma parlamentar do partido, deputada estadual do Rio, já foi flagrada admitindo que dinheiro de um sindicato de servidores tinha sido usado em campanha eleitoral da legenda. Eis a qualidade dos moralistas da hora.

Já a peça entregue à Procuradoria Geral da República acusa Geddel de concussão (exigir vantagem, em razão da função que ocupa) e advocacia administrativa (usar o cargo para patrocinar interesse privado). Segundo a petição, Temer teria cometido os mesmos crimes… É? Deve ter sido, então, um crime por pensamento e palavras, não por atos.

É claro que tudo isso é de um ridículo ímpar. Aqueles que ainda não se conformaram com a queda de Dilma, ocorrida em função do crime que ela cometeu, querem agora derrubar Michel Temer por uma crime que ele não cometeu.

Faz sentido: as esquerdas nunca souberam a diferença entre o crime e o não-crime, entre a culpa e a inocência. Afinal, elas estão sempre ocupadas em duas coisas: em conquistar o poder e em derrubar os adversários. Até aí, poderia ser considerado normal. O problema é fazê-lo sem levar em conta a diferença entre o legal e o ilegal.

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