Fernando Collor detesta três coisas: jornalistas curiosos, Rodrigo Janot e questionamentos sobre suas práticas. Ele costuma evitar as duas primeiras para não ter que lidar com a última.
Ontem, Collor escapou dos repórteres que se aglomeravam na porta principal da presidência do Senado e entrou por um acesso alternativo rumo à reunião de líderes.
Na saída, fez o mesmo, crente que estava livre do que o atormenta. Eis que, ao abrir a porta e deixar a sala de reunião, o senador não conseguiu driblar quem mais insiste em surpreender-lhe nos últimos tempos.
Rodrigo Janot estava na antessala, aguardando o fim do encontro de lideranças para falar com o Eunício Oliveira. Dois segundos de silêncio e indisfarçável constrangimento.
Collor hesitou, mas sublimou seus fantasmas e estendeu a mão para o PGR. Cumprimentaram-se. Foi o suficiente para Janot sair surpreso como nunca.