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Pesquisas sobre plebiscito: o barquinho vai, o barquinho vem

E todo mundo continua sem poder cravar qual vai ser o resultado da votação que definirá se britânicos ficam ou saem da União Europeia

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 5 dez 2016, 11h22 - Publicado em 19 jun 2016, 19h24
Voto flutuante e o enigma sobre o que sai das urnas: barco da campanha pelo "não" (Stefan Wermuth/Reuters)

Voto flutuante e o enigma sobre o que sai das urnas: barco da campanha pelo “não” (Stefan Wermuth/Reuters)

No tempo em que as Guerras Púnicas ainda constituíam tema de estudo, a história do general Públio Cláudio Pulcro era muito citada, geralmente acompanhada de uma risadinha.

O general tinha tido um conflito sério com os frangos sagrados, consultados pelos áugures para predizer o resultado de questões importantes. Os frangos eram mantidos em gaiolas e seu comportamento quando elas eram abertas, para comer, determinava a resposta.

Consultados sobre um ataque relâmpago à frota de Cartago (era essa a guerra), eles ficaram com aquele jeito ressabiado de galináceos e não saíram atrás da comida, um mau presságio. “Se não querem comer, que bebam”, bradou o romano, orgulhoso como numa história de Asterix. E mandou afogar os coitadinhos. É claro que perdeu a batalha.

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De alguma maneira, os institutos de pesquisa são os frangos sagrados da era contemporânea. Dá vontade de varrê-los da frente quando não dão as respostas que queremos. Ou simplesmente não cravam nenhuma alternativa com clareza, alimentando o tipo de ansiedade antecede o plebiscito da próxima quinta-feira, quando os eleitores que se derem ao trabalho de ir votar decidirão se o Reino Unido (Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte) continua ou não na União Europeia.

Dar-se ao trabalho de votar é uma atitude que vai definir o resultado praticamente empatado. As últimas pesquisas davam os seguintes resultados: 44% para os dois lados, 44% por sair e 42% por ficar ou, respectivamente, 42% a 45%. Esta última com um detalhe importante: foi feita depois do assassinato da parlamentar Jo Cox.

Num caso chocante, ela foi esfaqueada e baleada por um doente mental chamado Thomas Mair. Sob influência de distúrbios psíquicos, agravados pelo fator “maluquice do porão” _ pessoas instáveis e isoladas que começam a ler material extremista –, ele disse na audiência inicial que seu nome era “morte aos traidores, liberdade para a Grã-Bretanha.

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Com a famosa fleuma britânica, os políticos favoráveis ao voto “sim” tentaram não explorar o crime. Durou uns quinze minutos.

O caso pode Influir no plebiscito, em especial no sentido de influenciar o voto de eleitores que estavam indecisos. Mas ninguém se arrisca a cravar se isso vai acontecer. No domingo à noite, depois dos jogos da Eurocopa e antes de Games of Thrones, o impulso favorecia o voto “sim”. Mas ainda faltam segunda, terça e quarta. Uma eternidade, praticamente, considerando-se a volubilidade da faixa de opinião flutuante, exposta ao tsunami das redes sociais.

Outras pesquisas tentavam sondar de maneira indireta o que vai na mente dos eleitores, com resultados tão dúbios quanto o comportamento dos frangos sagrados na Roma antiga. O fator entusiasmo favorece mais o voto “não”: 44% dos consultados ficariam felizes se desse a saída, contra 28% na hipótese contrária. O mesmo percentual, 44%, se sentiria desapontado caso vença o “sim”. Um pouco, bem pouco menos, 41%, sentiria ansiedade com o voto “não”. E exatamente o mesmo número, 41%, teria uma sensação de alívio.

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Não dá vontade de afogar, metaforicamente, os frangos sagrados?

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