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Por Vilma Gryzinski
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Os bizarros bilionários de Trump: dinheiro até para banco de urina

Robert Mercer investiu no presidente eleito e sua filha está na equipe de transição - e já sob tiroteio

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 5 dez 2016, 11h20 - Publicado em 16 nov 2016, 13h55
Cookies e causas conservadoras: Rebekah com o pai, Robert Mercer, e a mãe, Diana

Cookies e causas conservadoras: Rebekah com o pai, Robert Mercer, e a mãe, Diana

Donald Trump foi eleito presidente com muito menos dinheiro do que o gasto na campanha de Hillary Clinton. Mas teve também seus doadores bilionários, entre os quais os mais influentes são Robert Mercer e sua filha Rebekah. Ela foi incluída na pequena equipe encarregada de fazer a transição.

Como tudo o que Trump faz vem cercado por uma aura de encrenca, Rebekah Mercer, que quase nunca  aparece (o pai dela não aparece jamais), já está sentindo o lado perigoso do bafo da fama. Foi acusada de pagar por baixo do pano a produtora de cinema que pertence a Stephen Bannon, como forma de remunerá-lo por sua participação na campanha de Trump.

Pelo padrão brasileiro, é uma mixaria de 187 mil dólares. Mas se a Comissão Eleitoral Federal detectar alguma irregularidade, será um escândalo.

Bannon era o presidente executivo do Breitbart News, o site que ganhou extraordinário destaque pelo apoio a Trump. Contemplado com o cargo de diretor de estratégia do governo Trump, ele enfrenta uma oposição enorme por parte de democratas e até de alguns republicanos.

O Breitbart News e a produtora de cinema habitualmente recebem financiamento da dupla de pai e filha, que colocam grandes quantidades de dinheiro em causas libertárias ou conservadoras. Tanto Brennan quanto Kellyanne Conway, que assumiram o comando da campanha de Trump na fase final e vitoriosa, foram indicados por Rebekah.

Robert Mercer, de 70 anos, é uma das figuras mais misteriosas do mundo já naturalmente estranho de bilionários americanos envolvidos com causas políticas.

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É considerado um gênio dos computadores, um mundo ao qual foi introduzido precocemente pelo pai cientista, capaz de fazer programação antes de ter aprendido como. Além de Ciências da Computação, estudou física e matemática e trabalhou quase anonimamente na IBM antes de começar a ficar imensamente rico.

Dirige hoje um gigantesco fundo de investimentos chamado Renaissance Technologies. Cercou-se de gente com a mesma formação que ele. A sede da Renaissance parece uma versão de “direita” das empresas de alta tecnologia, na maioria de “esquerda”, do Vale do Silício.

De todas as causas que apóia, nenhuma chama mais atenção do que uma espécie de banco de urina. Com mais de 14 mil amostras, o projeto é tocado por outra figura bizarra, o químico Arthur Robinson, que estoca o material num laboratório nas montanhas do estado de Oregon.

Robinson usa as amostras para “calibrar procedimentos analíticos que podem revolucionar a avaliação da química pessoal – e portanto melhorar nossa saúde, nossa felicidade e nossa prosperidade, e até o desempenho escolar de nossos filhos”.

Outros bilionários americanos investem em projetos de longevidade, voos espaciais, colonização de outros planetas e, no caso de Georges Soros, o maior financiador de causas de esquerda, na liberação da maconha e na disseminação mundial de suas ideias políticas. Mas um banco de urina não deixa de causar certa perplexidade.

Mercer também bancou uma empresa de dados chamada Cambridge Analytica. Com uma quantidade estonteante de informações sobre os 200 milhões de eleitores americanos, a Cambridge traça perfis psicológicos que ajudam os estrategistas de campanha. Seus serviços foram comprados pelo senador Ted Cruz, o conservador mais puro sangue que Mercer e a filha apoiavam antes de Trump ganhar as eleições primárias.

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Como Mercer só vai raramente a eventos, muitas vezes patrocinados por ele, misturando-se ao público das últimas filas, Rebekah, de 42 anos, é uma espécie de executiva das causas apoiadas pela família.

Com cabelo castanho armado e óculos, ela faz o estilo Sarah Palin. Com uma diferença importante: estudou biologia e matemática em Stanford, fez mestrado em administração científica e trabalhou em Wall Street.

Ela e o marido moram na cobertura de um prédio em Nova York com a marca Trump. Para garantir a privacidade, compraram seis apartamentos vizinhos. No tempo que ficou afastada para ficar com os quatro filhos pequenos, desenvolveu com as duas irmãs um negócio de cookies de luxo.

Na lista dos dez maiores doadores individuais de campanha desse ano, ainda incompleta, seis são democratas e mais um, Michael Bloomberg, na prática também. Robert Mercer aparece em quinto lugar, com 21 milhões de dólares (Soros estava em nono).

Trump foi a primeira grande aposta vencedora que Mercer e sua filha fizeram. Perderam com Mitt Romney e até com o químico da urina, que bancaram numa eleição estadual. Cair no tiroteio da linha de frente da alta política, com o pré-governo Trump, coloca Rebekah Mercer e seu pai, na retaguarda, numa situação que nunca viveram. Haja cookies para compensar.

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