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Por Coluna
A verdade por trás de manchetes falsas que se espalham pela internet. Editado por João Pedroso de Campos.
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Cristovam Buarque disse que Brasil está em intervenção militar?

Áudio falso atribuído a senador diz que país está próximo da tomada do poder pelos militares. Na verdade, Buarque criticou general que admitiu golpe

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 dez 2017, 20h31 - Publicado em 29 set 2017, 16h06

A declaração do general do Exército Antonio Hamilton Mourão, há duas semanas, em que ele admitiu a possibilidade de um golpe militar no país, segue dando margem à proliferação de boatos nas redes sociais e, sobretudo, no WhatsApp.

A lorota da vez é um áudio de cerca de 15 minutos, no qual um homem se passa pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF) para falar em “caos institucional” no Brasil e explicar que o país está no segundo de “três estágios” até a tomada do “poder em Brasília” pelas Forças Armadas (ouça e leia um trecho abaixo):

https://www.youtube.com/watch?v=k0lLiTxQI_g

“O Brasil não está mais funcionando os três Poderes, todos eles corrompidos pela corrupção e a impunidade. Quando existe isso, existe o que a gente chama de caos institucional, o país fica sem comando, fica à deriva e o que pode acontecer? As instituições vão parar de funcionar, não há mais a garantia da lei e da ordem dentro do país, como a gente está vendo em vários locais, como Rio de Janeiro, São Paulo, etc. A federação corre o risco de se dividir, porque daí começam a querer separar “o Sul é meu país”, o outro quer separar São Paulo não sei da onde. E aí você desintegra o país em três ou quatro pedaços e o país fica sujeito a um ataque externo. A quem cabe nessa hora entrar para garantir a lei e a ordem, a unidade federativa, o funcionamento das instituições e a segurança nacional? As Forças Armadas. Elas são instituições de Estado permanentes, isso quer dizer que elas atendem à nação, e não a governos ou pessoas. A quem as Forças Armadas tem que ser leal [sic.]? A um presidente corrupto, indiciado pela segunda vez pelo Ministério Público Federal no Supremo, ou à Constituição Federal, à nação? Claro que as Forças Armadas têm que ser leal [sic.] à Constituição Federal e à nação. E a nação precisa que eles resgatem o país da situação de deriva que está chegando

(…)

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O estágio 1 foi a deflagração do movimento pelo general Mourão na sexta feira; o estágio 2 começou, que são essas trocas de acusação de senadores contra o exército, contra o general Mourão, o general Villas Bôas. Isso vai, cada vez, agravando mais a crise. E o estágio 3 é a tomada do poder em Brasília pelas nossas Forças Armadas. Nós estamos agora no estágio 2 e, em alguns dias, estaremos no estágio 3”

A voz no áudio claramente não é a do senador Cristovam Buarque. Trata-se de uma imitação malfeita. Ademais, ao longo de sua carreira política, o senador sempre foi mais identificado com ideais de esquerda, opostos ao ideário daqueles que pregam a intervenção militar no país. Buarque foi filiado ao PT entre 1990 e 2005 e comandou o Ministério da Educação entre 2003 e 2004, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A única manifestação de Cristovam Buarque a respeito das declarações do general Mourão foi crítica à posição do militar. Em pronunciamento no Senado, no último dia 20, ele afirmou que “a saída para o Brasil passa pelas urnas, não pelas armas”. Ouça aqui a íntegra do discurso do senador.

Diante da ampla divulgação do áudio falso, o próprio Cristovam Buarque publicou um desmentido em seu perfil no Facebook. Na mensagem, ele relata preocupação sobre o impacto das notícias falsas nas eleições de 2018 no Brasil.

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“A próxima eleição será ganha por quem for capaz de enfrentar os boatos criminosos que são espalhados. Exemplo disso é o áudio falso de alguém imitando a minha voz e se pronunciando como defensor de intervenção militar no Brasil. Quem me conhece sabe que não é minha voz. Quem conhece minhas posições e lutas sabe que o conteúdo do áudio não condiz com minhas ideias”, afirma o senador.

 

Agora você também pode colaborar com o Me engana que eu posto no combate às notícias mentirosas da internet. Recebeu alguma informação que suspeita – ou tem certeza – ser falsa? Envie para o blog via WhatsApp, no número (11) 9 9967-9374.

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