A infindável crise política no Brasil, que alterna momentos de maior e menor estridência desde o início de 2015, passou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e chega à possibilidade de seu sucessor, Michel Temer, também deixar o cargo, já é usada por simpatizantes de Donald Trump como exemplo de instabilidade a não ser seguido diante da possibilidade de impeachment presidente americano por tentar obstruir investigações do FBI sobre um ex-assessor.

Em artigo publicado na revista conservadora National Review e reproduzido pela rede CNBC, o jornalista Kevin D. Williamson ressalta que Trump tem legitimidade eleitoral, defende que ele seja submetido ao julgamento apenas em 2020, nas urnas, e ironiza, ao comentar as pressões que podem, em última instância, derrubar o republicano: “Parabéns, América: você conseguiu, depois de todos esses anos, transformar-se no Brasil”.

Ao argumentar pela manutenção de Trump à frente do governo americano, Williamson cita o curto espaço de tempo entre o impeachment de Dilma e a crise que pode abreviar a presidência de Temer, também acusado de obstrução de justiça, e conclui: “Esse tipo de coisa acontece em países como o Brasil, que alcança períodos curtos de estabilidade e prosperidade e, de repente, se desvia por nenhuma razão óbvia. Mas os Estados Unidos não são esse tipo de país. Ou pelo menos não eram, até recentemente”.

Para o jornalista, “as instituições americanas são muito robustas e as coisas de República das Bananas desta época podem ser digeridas, desde que não haja muito mais”.

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