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Meu filho não tem a mesma altura dos amigos… o que fazer?

Problemas ambientais, genéticos, alimentares, a presença de infecções e outras muitas situações podem modificar a nossa estatura final

Por Mauro Fisberg
Atualizado em 21 dez 2016, 17h00 - Publicado em 21 dez 2016, 16h30

Ter altura na vida não traz felicidade, mas ajuda a alcançá-la…

A vida toda  sempre imaginei o que poderia acontecer se eu tivesse uns poucos centímetros a mais de altura. Os que me conhecem sabem que eu sou um homem de baixa estatura. E talvez tenha convivido sempre com os estigmas e os preconceitos que um homem baixo enfrenta. Mas não creio que isso tenha afetado de forma definitiva a autoconfiança e o que consegui alcançar.

Para um pré-adolescente ou adolescente, é essencial verificar se está crescendo bem e se sua estatura está de acordo com o esperado para sua faixa etária. Alguns trabalhos científicos de algumas décadas atrás já mostravam que a confiança em políticos mais altos era maior que nos mais baixos. Em debates televisivos, candidatos mais baixos utilizam tablados para manter a aparência mais alta. Saltos de sapato de 15 a 20 centímetros sempre ajudaram as mulheres a aumentar sua altura. E homens começam a descobrir que podem ganhar até 7 centímetros com saltos discretos.

Será que a estatura realmente importa? Creio que a resposta mais correta seria se a estatura de uma pessoa reflete o que ela é. No entanto, como pediatra, tenho de saber exatamente se o crescimento de uma criança ou adolescente está dentro da normalidade.

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Toda a minha vida acadêmica pensei que são tantas coisas que precisam dar certo para que tenhamos a expressão total de nossa estatura prevista, que é um milagre que a maioria da população tenha estatura normal. Mas isso remete a uma nova pergunta: o que é normal? O conceito de normalidade determina que a maioria das pessoas tem este comportamento. E nos esquecemos que a normalidade é uma faixa, que vai dos normalmente baixos aos normalmente altos.

Nos países mais desenvolvidos, aparentemente deixamos de crescer, ou seja, os adultos vêm mantendo uma média de estatura que não tem aumentado nos últimos anos. Aparentemente temos um limite de crescimento. Nos países em desenvolvimento, a melhora das condições de saúde, economia, a prevenção de doenças crônicas e transmissíveis, o acesso a alimentação adequada e educação tem mostrado que a geração mais jovem tem maior estatura que as anteriores.

Problemas ambientais, genéticos, alimentares, a presença de infecções e outras muitas situações podem modificar a nossa estatura final. Nunca mais teremos o ganho de estatura igual àquele que ocorre dentro do útero materno. São aproximadamente 50 centímetros em nove meses de gestação. No primeiro ano de vida, crescemos em média 25 centímetros, no segundo ano, 15 e a partir daí, até a puberdade, crescemos em média de 5 a 7 centímetros por ano. Por uma interessante situação matemática, vamos crescendo de forma menos intensa até chegar à puberdade. Meninas tendem a começar o estirão do crescimento da puberdade mais cedo, quando surgem os primeiros pelos pubianos e a mama começa a apresentar sinais de maturação com o aumento de tamanho e modificação da forma da auréola (a área ao redor do mamilo). Mas, se iniciam mais cedo, terminam o estirão mais cedo. Os meninos somente começam a crescer quando já estão com aumento dos genitais, com os testículos por volta de 15 centímetros cúbicos. Crescem mais lentamente e têm estatura final mais alta.

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As meninas, após a menarca (primeira menstruação), têm reduzido o ritmo de crescimento, ganhando aproximadamente mais 5 a 7 centímetros. A puberdade leva a um ganho de mais ou menos 15 a 20 centímetros no total, em um período que pode ir de dois a três anos. Portanto, mesmo com o chamado estirão, não voltaremos a crescer como nos primeiros anos de vida, daí a importância de um ótimo controle nesse período. O pediatra faz as curvas de peso e estatura em cada consulta e avalia o chamado ritmo de crescimento para verificar se está dentro do esperado ou se deverá ser analisado algum motivo que esteja impedindo o passo adequado.

Cremos que a vigilância e a análise do ritmo permitirão que consigamos chegar ao nosso potencial genético máximo e com isso tenhamos uma estatura adequada.

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(Heitor Feitosa/VEJA.com)

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