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Epilepsia – dos espíritos ao cérebro

Apesar de já conhecida desde a Antiguidade, a epilepsia passou a ser compreendida de fato no século XX. De “doença dos espíritos”, hoje se sabe que ela é um problema cerebral como muitos outros. Mas a epilepsia ainda é cercada de preconceitos. Em primeiro lugar, há tratamento e há cura para essa doença. Sete em […]

Por Arthur Cukiert
Atualizado em 30 jul 2020, 21h39 - Publicado em 5 out 2016, 13h00

Apesar de já conhecida desde a Antiguidade, a epilepsia passou a ser compreendida de fato no século XX. De “doença dos espíritos”, hoje se sabe que ela é um problema cerebral como muitos outros. Mas a epilepsia ainda é cercada de preconceitos.

Em primeiro lugar, há tratamento e há cura para essa doença. Sete em cada dez portadores de epilepsia têm suas crises controladas por meio de doses baixas de medicação antiepiléptica. Os outros 30% têm a possibilidade de ser tratados por meio de algum tipo de cirurgia, bastante eficaz quando bem indicada. A maioria das pessoas não necessita de avaliações sofisticadas, mas todos deverão realizar exames de eletroencefalograma e ressonância magnética. Naqueles em que não se obtém controle adequado das crises, pode ser necessária uma sofisticada investigação multidisciplinar (incluindo registro de crises etc).

Crises convulsivas

Uma boa parte da população já teve contato com algum tipo de crise convulsiva, o que torna o tema sobre o que fazer nessas situações um assunto de grande utilidade. A verdade é que os episódios são autolimitados e devem-se somente tomar as providências para que o indivíduo não se machuque ao cair ou se debater. Em especial, não se deve fazer nada que possa pôr em risco a pessoa que está prestando auxílio: muitos dedos já foram decepados na tentativa de evitar que o doente, em meio à crise, enrole sua língua (aliás, esse não é um risco real).

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 A maioria dos portadores de epilepsia não tem nenhum outro problema intelectual ou psiquiátrico, e leva uma vida normal. No entanto, em alguns casos, a causa da doença pode estar também relacionada a vários outros sintomas – nesses casos, uma abordagem multiprofissional é relevante.

Outro aspecto relevante, porém raramente discutido em nosso meio (mas abertamente discutido em outros países), é a existência de morte súbita em pacientes epilépticos. Nem médicos, nem pacientes gostam da ideia de discutir isso. A verdade é que hoje sabemos que pacientes que não estão adequadamente controlados de suas crises têm um substancial aumento no risco de morte súbita; esse risco diminui com o controle adequado das crises.

O Brasil, como todos os países em desenvolvimento, possui uma prevalência de epilepsia superior à de países desenvolvidos. Contribuem para isso cuidados neonatais inadequados, traumas, infecções do sistema nervoso etc. Com 1% de prevalência no Brasil, a epilepsia é um problema de saúde pública relevante, mas as políticas de saúde relacionadas a essa doença têm sido erráticas e parciais. Seria importante que a população e entidades representativas de pacientes trabalhassem em conjunto com as instituições de saúde para melhorar essa situação.

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