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Como eliminar as cicatrizes causadas pela acne

Sessões de laser, microenxerto de pequenos fragmentos de pele, uso de agulhas: conheça as muitas opções para eliminar o problema

Por Adilson Costa
23 dez 2016, 16h47

A acne, doença-marca da adolescência, é uma das condições de pele mais frequentes nos consultórios dos dermatologistas. Mesmo que se trate de uma condição autolimitada, com a imensa maioria dos casos se resolvendo ao redor do fim da segunda década de vida, seu impacto vai muito além do aspecto inestético da pele: ela pode, sim, levar a impactos psicossociais importantes, principalmente pela presença residual de cicatrizes.

Desde seus primeiros sinais de aparecimento, representados pela presença de cravos (comedões), bolinhas vermelhas (pápulas) e pontos de pus (pústulas), a acne incomoda a quem a apresenta, ainda mais quando, depois de anos de seu desaparecimento, as incômodas cicatrizes aprofundadas permanecem. Afinal de contas, quem não sonha em ter uma pele lisinha, vulgarmente conhecida como padrão “bumbum de bebê”?

As cicatrizes de acne não surgem em todos os portadores dessa doença. Alguns pacientes, inclusive os que tinham um quadro intenso da doença, com várias lesões ativas, podem se curar sem que haja uma só cicatriz. Estudos atuais mostram que as cicatrizes surgem pela combinação de dois fatores: o processo inflamatório e a predisposição genética. Inclusive, vê-se que esse estado pró-inflamatório está presente na pele sã, mesmo antes do surgimento da lesão visível de acne!

Mas, então, o que acontece com essas pessoas? As pessoas predispostas às cicatrizes pós-acne têm uma qualidade diferente de inflamação, com mediadores moleculares diferentes daquelas que não têm tal tendência. Os portadores de cicatrizes têm um processo inflamatório cutâneo menos intenso, porém prolongado, contínuo, o que leva à destruição das fibras colágenas e elásticas, resultando nas cicatrizes.

Uma vez formadas, várias modalidades terapêuticas são utilizadas, geralmente de forma combinada, para melhorar o aspecto dessas cicatrizes. Podemos citar peelings, dermoabrasão física (“lixamento da pele”), sessões de laser, microenxerto (remoção de algumas cicatrizes, colocando em seu local pequenos fragmentos de pele, geralmente removidos da região posterior da orelha), tunelização (com auxílio de uma agulha, soltam-se algumas traves fibrosas existentes na derme, deixando a superfície da pele menos tensa, menos deprimida), entre outros.

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Recentemente, porém, uma nova modalidade de tratamento tem sido usada em vários países, assim como no Brasil. Trata-se do microagulhamento, um procedimento realizado em consultório de dermatologista, em que o médico, após anestesiar a pele do paciente, passa um instrumento cilíndrico, cuja superfície é cheia de agulhas finas que penetram na pele por meio da realização de movimentos de vai e vem, perfurando-a. Mas, cabe a pergunta: como se consegue melhorar a acne ao causar perfurações da pele? Isso não faria, na verdade, piorar as cicatrizes? A resposta é não.

No microagulhamento, estabelecem-se microferidas na pele, desencadeando um processo inflamatório mais leve, de prazo curto em relação ao visto pela inflamação clássica existente na acne. A inflamação produzida pelo procedimento, ou seja, o microagulhamento, não destrói as fibras colágenas, mas, sim, estimula as células responsáveis por reparar machucados cutâneos, os chamados fibroblastos, produzindo colágeno, o que leva ao preenchimento das cicatrizes existentes e à recuperação da pele. Graças a esse procedimento, não só se vê benefício clínico das cicatrizes de acne, mas, de rugas finas. Por tal razão, já existem artigos científicos que mostram o benefício desse procedimento para a abordagem coadjuvante do envelhecimento da pele.

Contudo, algumas dicas devem ser observadas na realização do microagulhamento: ele deve ser feito em um consultório de dermatologista experiente, com observação estrita da perfeita indicação para o caso, utilizando-se microagulhas estéreis e descartáveis, respeitando normas absolutas de assepsia. Além do mais, o paciente deve ter em mente que, por alguns dias, a pele fica machucada, podendo haver sangramentos pequenos nas primeiras horas após o procedimento, o que o obrigará a ter mais atenção com a limpeza local, tomar analgésicos e visitar o médico com frequência.

Observando as condições acima, o sucesso terapêutico é mais certeiro. Daí, basta esperar pela recuperação e controlar a ansiedade para ver a possibilidade de uma tão sonhada pele dos sonhos.

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(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

 

 

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Adilson Costa, dermatologista
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Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
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Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
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