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Quantos motivos para PT melar delações!

Envolvidos implicam Lula, Dilma, Wagner, Edinho, Gabrielli, Delcídio, Haddad, Bendine...

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h45 - Publicado em 8 jan 2016, 13h12

Lula Dilma Wagner

Vamos ligar os pontos do noticiário do dia:

1) Nestor Cerveró delatou que o petista Jaques Wagner recebeu propina desviada da Petrobras, que lhe foi encaminhada pelo então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, para a campanha do atual ministro-chefe da Casa Civil ao governo da Bahia, em 2006.

As declarações constam em documentos apreendidos pela Polícia Federal no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que, portanto, sabia exatamente o que Cerveró estava disposto a contar à PGR em sua delação premiada.

Delcídio foi preso após ser flagrado tentando negociar com o filho de Cerveró, Bernardo (autor da gravação da conversa), a compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras e eventuais rotas de fuga do país.

Em reuniões semanais com Lula, Delcídio recebia missões e depois reportava o andamento de suas atividades ao ex-presidente e também a Dilma Rousseff. Cerveró também já havia admitido ter negociado uma propina de R$ 4 milhões que seria paga pela Odebrecht à campanha à reeleição de Lula, em 2006, e que Dilma “sabia de tudo” sobre o escândalo da compra da refinaria de Pasadena.

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O silêncio de Cerveró interessava a Wagner, Gabrielli, Lula e Dilma (para ficar só nos petistas supracitados). Em 2012, seis anos após a propina delatada por Cerveró, Wagner empregou Gabrielli como Secretário de Planejamento da Bahia.

É muita gentileza.

2) Jaques Wagner também aparece nas mensagens apreendidas no celular de Léo Pinheiro, da OAS, condenado a 16 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Neste caso, o atual ministro negociava pagamento da OAS a um candidato a prefeito de Salvador.

Assim como Gabrielli, dois executivos da empreiteira citados nas mensagens assumiram secretarias estaduais no governo da Bahia: Manuel Ribeiro Filho, na gestão do sucessor de Wagner, Rui Costa; e Bruno Dauster, na gestão de ambos.

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A Bahia é uma festa da OAS.

3) Cunha x Cardozo & Janot

Folha: “Cunha ficou indócil ao saber que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) abriu investigação para apurar o vazamento de mensagens contra o colega Jaques Wagner (Casa Civil). ‘Ele não abriu inquérito para apurar o meu caso. Cardozo está prevaricando’, diz o presidente da Câmara.”

Em nota, Cunha acrescentou: “Bastou citarem algum integrante do governo para ele, agindo partidariamente, solicitar apuração imediata”.

Para completar, o PGR Rodrigo Janot ainda “estuda” incluir Wagner na lista de investigados. Deve estar mais chateado com o vazamento também.

(A propósito: o STF autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal de Cunha.)

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4) Lula, o Brahma nas mensagens de Léo Pinheiro, é “uma oportunidade única” para a OAS.

Em 2014, segundo a Folha, o empreiteiro escreveu: “Ele vai estar num encontro político com o Brahma. Tem de aproveitar para pedir: solução para Porto Vida, solução para Porto Maravilha; BNDES; rolagem da dívida. É a hora de pedir. A oportunidade é única”.

Naquele ano, a OAS deu R$ 20 milhões de reais para a campanha de Dilma. Quem paga pede.

5) A influência de Léo Pinheiro sobre Lula e Wagner faz dele “O CARA”.

“Não esqueça de me reservar uma vaga de office boy nesse arranjo político. Afinal, com sua influência junto ao Galego [Wagner] e a Lula, você é O CARA”, escreveu-lhe Carlos Borges, diretor da Funcef, ainda em 2014.

Ele é “o cara” que o PT quer manter caladinho.

6) Edinho Silva chama Léo Pinheiro de “grande parceiro” em uma das mensagens apreendidas no celular do ex-presidente da OAS.

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Na época, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social era o arrecadador de campanha de Dilma Rousseff, que lhe deu um ministério de presente para que ele tivesse foro privilegiado em caso de aperto, como agora.

A propósito: as mensagens de texto também mostram a proximidade de Pinheiro com o prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, e o atual presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Elas também implicam o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo), o presidente do Senado, Renan Calheiros, os senadores Edison Lobão, Lindbergh Farias, os deputados Arlindo Chinaglia e Osmar Terra.

Considerando que o ex-presidente da OAS foi ainda o responsável pelas reformas do triples e do sítio de Lula, seu silêncio interessa a Lula, Dilma, Edinho, Wagner, Haddad, Bendine, Renan e tutti quanti.

Na quinta-feira, expliquei aqui que Dilma alterou a Lei Anticorrupção para evitar, entre outras, a delação premiada de Léo Pinheiro. Os motivos estão cada vez mais claros.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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