Janot empurra Renan de novo para STF – a maior barreira à cadeia
Blog comenta denúncia contra presidente do Senado e cenário para 2018
Cobertura em notas e tuitadas:
– Rodrigo Janot denuncia Renan Calheiros (PMDB-AL) na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro no caso da contratação da empreiteira Serveng Civilsan pela Petrobras. É só a 1ª denúncia de 8 inquéritos contra o coronel.
– Renan e Aníbal Gomes (PMDB-CE) receberam R$ 800 mil de propina para manter Paulo Roberto Costa no cargo, garantindo à Serveng “participar de licitações mais vultosas na Petrobras”. É a venda de influência no seio do Estado inchado.
– Em 2010, Serveng pagou R$ 500 mil e depois R$ 300 mil ao Diretório Nacional do PMDB, “à época sob a responsabilidade e controle de Michel Temer, com a tesouraria a cargo de Eunício Oliveira” (PMDB-CE). Ambos, pelo visto, também estão na mira da PGR.
– A denúncia descreve e ilustra o caminho da propina travestida de doação eleitoral:
Esses valores “seguiram para o Comitê Financeiro do PMDB–AL para Senador e deste para RENAN CALHEIROS, mediante diversas operações fracionadas, de forma a ocultar e dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de valores provenientes, direta ou indiretamente, de prática de crime contra a administração pública”.
– Abri uma enquete no Twitter:
– STF vai levar 9 anos para receber denúncia de Janot contra Renan? Ou 9 meses para recusá-la? Povo acha que “solução pacificadora” é cadeia.
– Membros da 2ª turma do STF, que julga processos da Lava Jato: Teori Zavascki, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Celso de Mello, Gilmar Mendes. Todos foram contra afastamento de Renan da Presidência do Senado, após liminar concedida por Marco Aurélio Mello. Janot foi a favor. Hora da revanche.
– Gilmar havia culpado PGR pela demora nos inquéritos. Janot agora o empareda com denúncia contra Renan. Quando tempo STF vai levar, Gilmar?
– Janot quer “perda das funções públicas” de Renan. Lewandowski, que salvou Dilma disso na votação do impeachment com ajuda de Renan, já sabe como, no mínimo, fatiar a denúncia.
– Já que STF teme afastar Renan da presidência do Senado, poderia pautar para fevereiro (após a eleição para o cargo dele) o recebimento da denúncia. Simples…
– Renan, claro, disse que está “tranquilo para esclarecer este e outros pontos da investigação”. O STF é sua fonte de tranquilidade.
– O que Renan deve saber de podre dos outros para manter o poder que tem não é brincadeira, não, senhores. Seria uma delação padrão Odebrecht.
2018
– Escrevi o que segue abaixo no sábado, lembrando também tuitada de março. Nesta segunda, Marina Silva aparece no Datafolha como líder em todos os cenários de 2º turno. Obrigado.
– À frente de Ciro Gomes, que tem entre 5 e 6 pontos, Jair Bolsonaro segue em 4º lugar, entre 8 e 9, atrás de Lula, Marina e um dos tucanos (Aécio Neves, Geraldo Alckmin ou José Serra). Mas Datafolha, claro, não fez sondagem sobre eventual 2º turno entre Marina e Bolsonaro, o único deles jamais citado na Lava Jato.
– STF tampouco se prestou a julgar denúncia fajuta feita pela militante flagrada em ato petista, Ela Wiecko, contra Bolsonaro. A intenção política de mantê-lo como réu por tempo indeterminado para manchar sua eventual candidatura pode se escancarar com a demora.
– Como comento há anos, há um espaço livre no cenário político brasileiro para um candidato de direita que não tenha o índice de rejeição de Bolsonaro. Mas ninguém (nem Ronaldo Caiado) ainda ocupou esse espaço, tendo sólida base partidária e suficientes recursos financeiros.
– Falei à Rádio Gaúcha em 15 de novembro que João Dória era mais próximo de ser o Donald Trump brasileiro no quesito de ser um empresário rico e bem-sucedido que entrou na política como um firme outsider, ainda que pelo PSDB. Problemas dele para 2018 são o pouco tempo para melhorar São Paulo e ter de interromper o mandato para concorrer à presidência.
– Enquanto isso, Roberto Justus tenta se manter como opção, alegando avaliar cenário. Tudo segue mais incerto que a liberdade do Lula.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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