Livro reconta a história de Belo Horizonte a partir de seus ladrilhos e casarões
Obra é mais uma iniciativa do Chão Que Eu Piso, site que reúne 7.500 imagens de diferentes tipos de chão enviadas por colaboradores do mundo todo
Duas jornalistas de Belo Horizonte, Raíssa Pena e Paola Carvalho, revolveram levar a sério aquele tradicional conselho de que é preciso olhar por onde se anda. E de tanto prestar atenção aonde iam seus pés, criaram o Chão Que Eu Piso, uma coleção de 7.500 imagens feitas por elas e uma rede de colaboradores retratando ladrilhos, mosaicos e parquets encontrados em andanças por aí. O acervo traz imagens encontradas em várias cidades brasileiras e também em outros países, como França, Espanha, Itália, Israel, México, Polônia e Japão e rastreia semelhanças entre os pisos garimpados.
Parte destes achados estarão no livro Casa e Chão – Arquitetura e Histórias de Belo Horizonte, que será lançado em agosto a partir de uma campanha de financiamento coletivo. “A intenção é jogar luz não só sobre a beleza estética dos pisos, mas também sobre a história do lugar onde eles são encontrados”, diz Paola.
Com 30 reais já é possível colaborar, mas só tem direito a um exemplar quem doar 90 reais ou mais. O livro é uma parceria da dupla com o projeto Casas de BH, do arquiteto Ivan Araújo, que traz informações históricas e arquitônicas sobre as construções da cidade.
A publicação será um inventário fotográfico e informativo de casas antigas da capital mineira, com seus respectivos pisos e fachadas que resistem aos séculos, às intempéries e ao crescimento desordenado das cidades.
“O livro vai revelar histórias, estilos artísticos, tradições, detalhes arquitetônicos e influências culturais, um verdadeiro retrato da evolução da paisagem urbana de Belo Horizonte”, diz Paola.
Além do livro, a coletânea de imagens do Chão Que Eu Piso já originou uma loja online, de objetos com estampas inspiradas no desenho dos pisos catalogados. Estojos e cadernetas já podem ser colocadas no carrinho e para setembro está prevista uma linha de louças.
O próximo passo será a organização de um roteiro turístico por Belo Horizonte a partir dos pisos que testemunharam as histórias de uma cidade.
As iniciativas mostram que quando a criatividade está a favor da valorização e da preservação do patrimônio nem o céu (muito menos o chão) é limite.
Por Mariana Barros
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