Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

“Mira no Moro, Moro na mira” e outras 5 notas de Carlos Brickmann

Especialistas em Direito comentam que Moro irá até uma eventual condenação de Lula, mas sem prendê-lo

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h05 - Publicado em 21 dez 2016, 15h02

Publicado na coluna de Carlos Brickmann

As táticas da grande batalha estão totalmente definidas: a defesa do ex-presidente Lula acusa o juiz Sérgio Moro de parcialidade (e as acusações são tão constantes que por vezes o tiram do sério, levando-o a bater boca com a defesa); Moro – e outros juízes que examinam o Petrolão – vão preparando o caminho para que, no dia em que alguém determinar a prisão de Lula, já seja uma medida esperada – como foi, por exemplo, a prisão de José Dirceu. Especialistas em Direito comentam que Moro irá até uma eventual condenação de Lula, mas sem prendê-lo. Lula se defenderia em liberdade até que um tribunal de segunda instância rejeitasse seu apelo e, na forma da lei, ordenasse a prisão. Lula é réu em cinco processos. Basta uma condenação em duas instâncias para que seja preso e se torne inelegível.

Esta é a ordem de batalha, que pode mudar conforme os acontecimentos. Uma tentativa de fuga, por exemplo; mas Lula não demonstrou intenção de fugir. Foi a Cuba, com jato fretado e tudo, e voltou para enfrentar os julgamentos. Ou um flagrante de obstrução de investigações. Mas Lula até agora não deu qualquer indício de irregularidade. Ou, de outro lado, uma reação explosiva de Moro às constantes acusações de que age com parcialidade, de que – crime dos crimes! – numa cerimônia pública foi fotografado sorrindo ao lado de Aécio. Isso serviria para tentar considerá-lo suspeito. Mas Moro, até agora, é só profissional. É acompanhar a luta.

 

Homem forte

O presidente Michel Temer desfruta de forte posição no Congresso – a mais forte desde 1996. Na Câmara, dos 513 deputados, 90 estão na oposição. Dos 81 senadores, a turma do “Fora, Temer” tem 16.

Temer pode implantar tranquilamente seu plano de Governo. Se der certo, mérito seu; se não der, não pode botar a culpa na oposição.

Continua após a publicidade

 

Homens fortes

Um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas chegou a um dado preocupante: 35% dos entrevistados são favoráveis a uma intervenção militar provisória. São minoria: 59,2% são contrários à intervenção. Mas é surpreendente perceber que 1/3 dos pesquisados esqueceram que a última intervenção militar “provisória” durou 21 anos. O Estado de S. Paulo, em 1964, queria uma intervenção militar provisória. Os militares teriam poder absoluto por seis meses, fariam as reformas necessárias, e entregariam o poder aos civis. Acontece que, quando chega ao poder, ninguém gosta de entregá-lo. Os militares descobriram que era mais fácil governar com o Congresso, na base do toma lá – dá cá, ainda mais com os congressistas amedrontados. Experimentaram mordomias e viram que era bom. Retirá-los foi difícil. E o próprio general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, já se manifestou contra qualquer intervenção militar no Governo.

Continua após a publicidade

 

Honra fraca

A Folha de S.Paulo publicou nesta terça, 20, uma reportagem que merece ser guardada por quem queira entender o Brasil: duas medidas provisórias compradas por R$ 16,9 milhões renderam à Odebrecht R$ 8,4 bilhões. O cálculo é de Cláudio Melo Filho, alto funcionário da Odebrecht especializado em compras, primeiro grande delator premiado da empresa. Claro, houve outras compras, mas essas são um belo exemplo: como era barato aprovar medidas legais que dão a uma empresa, ou a um setor, lucros substanciosos, muito superiores aos gastos que exigiram.

Continua após a publicidade

Como diz um antigo provérbio, quem se vende por dinheiro se vende por muito pouco.

 

Dois detalhes

1 – Em seu acordo de leniência, a Odebrecht se comprometeu a pagar (em suaves prestações) a multa de R$ 6 bilhões. Ou seja, menos do que obteve apenas com a compra de duas medidas provisórias.

2 – A Braskem, cujo controle acionário pertence à  Odebrecht, pagará de multa, por seu acordo de leniência, R$ 3,1 bilhões.

O controle acionário é da Odebrecht, mas a Braskem tem outros sócios, que pagarão sua parte na multa, na proporção de suas ações. Uma grande sócia da Braskem é a Petrobras. Também vai morrer com algum.

Continua após a publicidade

 

Todos juntos, vamos

O político baiano Octavio Mangabeira costumava dizer que, por mais que um fato parecesse estranho, tinha precedente na Bahia. Em termos políticos, o Paraná também tem suas peculiaridades. Por exemplo, só no Paraná se imagina a homenagem conjunta aos tucanos Fernando Henrique e Geraldo Alckmin e ao petista Jorge Samek, diretor-geral de Itaipu, um dos mais emblemáticos altos funcionários a sobreviver à queda do PT. Na segunda-feira, comemorando os 163 anos de emancipação política do Paraná, os três receberam a Ordem Estadual do Pinheiro, concedida pelo governador tucano Beto Richa. Numa boa, sem brigas, só sorrisos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.