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Heraldo Palmeira: O mal

Como a tal guerra estava demorando a acontecer, a “Família Manson” resolveu agir e entrou para a História de forma macabra ao assassinar sete pessoas

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h40 - Publicado em 21 nov 2017, 10h36

Charles Milles Maddox nasceu sem reconhecimento paterno e viveu seus primeiros anos ao lado da mãe. O parto aconteceu quando ela tinha 15 anos e o menino acostumou-se a vê-la presa, drogada e se prostituindo.

Charles herdou o sobrenome Manson a partir de um casamento fortuito da mãe e passou dos 9 aos 33 anos entre reformatórios e prisões, depois de cometer toda sorte de crimes. Sofreu abusos, abusou de pessoas, era frio e tinha inteligência acima da média. Também participou de orgias com roqueiros famosos e buscava reconhecimento a qualquer preço.

Em 1968, embalado pelo movimento hippie que dominava os Estados Unidos, juntou rapazes e moças de famílias ricas, que tinham problemas de relacionamento com os parentes, e montou uma comunidade que se dividia entre um rancho abandonado e as ruas da Califórnia, todos sobrevivendo de roubos e restos de comida. Nos intervalos, Manson tentava fazer um filme e gravar um disco.

Tido como grande manipulador, falava – quando ninguém conhecia direito – de budismo e cientologia e usava LSD para completar o trabalho de convencimento dos seus seguidores. Era obcecado pelos Beatles e dizia que, se tivesse oportunidade, seria melhor que os rapazes de Liverpool.

Em 1968, o lançamento de “The Beatles”, o famoso álbum branco, foi compreendido por Manson como um conjunto de revelações cifradas sobre um confronto racial pela disputa do poder nos Estados Unidos, especialmente na letra da música “Helter Skelter”.

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A “Família Manson” passou a delirar defendendo a tese de que haveria uma grande guerra racial, denominada “Helter Skelter”, ao fim da qual os negros venceriam os brancos, mas não teriam capacidade para manter a dominação porque eram inaptos. Sua “família” ficaria escondida e, ao final, voltaria para assumir o comando. Como detalhe destrambelhado, haveria cinco anjos: John, Paul, George, Ringo e… Charles Manson.

Como a tal guerra estava demorando a acontecer, a “Família Manson” resolveu agir e entrou para a História de forma macabra ao assassinar sete pessoas (nas madrugadas de 9 e 10 de agosto de 1969), em Los Angeles. Entre elas, a atriz Sharon Tate, então casada com o diretor Roman Polanski e grávida de oito meses, considerada uma das mulheres mais bonitas do cinema. O grupo espalhou pistas falsas para tentar incriminar os Panteras Negras, polêmico grupo revolucionário que lutava pelos direitos dos negros.

A “família” também planejava assassinar Frank Sinatra, Elizabeth Taylor e outros famosos de Hollywood, para tentar incriminar os negros e facilitar a explosão da tal guerra racial.

Mesmo sem ter participado fisicamente dos assassinatos, Manson foi condenado à morte, pena depois comutada em prisão perpétua, acusado de planejar aquele que é considerado um dos casos mais bárbaros da crônica policial norte-americana.

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Em 2011, deu uma entrevista à Vanity Fair, onde se reconheceu um homem “mesquinho, sujo, fugitivo e ruim”, afirmando que foi condenado por “ser a vontade de Deus”.

Seus cúmplices que praticaram os crimes – Patricia Krenwinkel, Leslie Van Houten e Charles “Tex” Watson – seguem cumprindo suas penas de prisão perpétua, todos com comportamento exemplar na cadeia. Susan Atkins, que também cumpria pena, morreu em 2009. Linda Kasabian, que atuou como motorista no primeiro ataque, tentou deter o massacre na casa de Sharon Tate quando percebeu o motivo da invasão, colaborou com a polícia relatando todos os fatos nos mínimos detalhes e ganhou imunidade penal. Hoje, aos 68 anos, vive em New Hampshire, Estados Unidos.

Depois de uma vida miserável, Charles Manson finalmente morreu esta semana, na Califórnia, de causas naturais, aos 83 anos. Tinha tatuada no meio da testa uma suástica. Não deixa nenhuma saudade.

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