Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Editorial do Estadão: A hora da limpeza

As reformas pedem uma pronta limpeza, sem qualquer indulgência com políticos com o histórico de Padilha

Por Augusto Nunes Atualizado em 5 mar 2017, 22h34 - Publicado em 5 mar 2017, 22h34

O prolongamento da recuperação do ministro Eliseu Padilha – que não deve retornar aos trabalhos na Casa Civil no dia 6 de março, como era inicialmente previsto, devendo esticar a licença médica por mais duas ou três semanas em razão de uma cirurgia – dá ao presidente Michel Temer a oportunidade perfeita para a tão necessária limpeza do quadro de seus colaboradores mais próximos. No momento atual, com o Congresso analisando a reforma da Previdência – cujo desfecho terá grandes consequências, positivas ou negativas, para o equilíbrio das contas públicas e para a retomada do crescimento econômico –, o Palácio do Planalto não pode se dar ao luxo de não ter um ministro da Casa Civil atuante, que ajude a coordenar a base aliada.

Se em algum momento o presidente Michel Temer considerou que a necessidade das reformas aconselhava tolerância em relação a alguns nomes de seu Ministério envolvidos em denúncias e escândalos de corrupção, agora a situação é justamente a inversa. As reformas pedem uma pronta limpeza, sem qualquer indulgência com políticos com o histórico de Padilha.

Não se trata de desprezar o princípio da presunção da inocência, banindo pessoas da vida pública apenas por terem sido citadas em algum documento, delação ou investigação. Todos são inocentes até julgamento em contrário. A questão aqui tratada é mais simples: quem ocupa um cargo público deve estar em condições de exercer a contento as funções para as quais foi designado. E não se encontra nessas condições alguém cujo nome exige diárias explicações sobre sua conduta. Quem tem muito a esclarecer sobre o seu passado – como ocorre com alguns dos colaboradores do presidente Michel Temer –, precisa antes dirimir todas as dúvidas que pairam contra ele e só depois, usufruindo da tranquilidade que provê a cabal transparência, dedicar-se às funções públicas.

O envolvimento de uma pessoa num escândalo de corrupção ou num procedimento de investigação não interfere apenas em sua capacidade pessoal de trabalho, o que já seria motivo suficiente para deixar o governo. O problema principal é que pessoas com currículos sujos ou que demandem alguma explicação embargam o funcionamento de todo o governo. Os danos não ficam restritos a um Ministério e acabam afetando, em última instância, o próprio presidente Michel Temer.

Foi o que se viu na entrevista de José Yunes, ex-assessor e amigo de longa data do presidente Temer. A declaração de Yunes, que a princípio vinha apenas esclarecer um dado, foi ocasião para aproximar o nome de Michel Temer de um episódio que pode envolver a transferência de altas somas. É cada vez mais evidente, portanto, que as consequências dos escândalos não param nas pessoas diretamente envolvidas, tendo efeitos diretos sobre o presidente da República.

Continua após a publicidade

A manutenção no governo de pessoas com histórico complicado deixa, portanto, o presidente da República numa situação de vulnerabilidade, exposto a ataques que, além de enfraquecerem sua autoridade – nem se fala aqui de sua popularidade –, demandam tempo e energias.

O momento exige do Palácio do Planalto uma absoluta dedicação às reformas previdenciária, trabalhista e tributária. O destino do País – e, por consequência inarredável, do presidente Michel Temer – está vinculado à aprovação dessas alterações legislativas estruturantes. Ao mesmo tempo que são necessárias, tais reformas são de difícil aprovação, uma vez que mexem com privilégios, corporativismos e acomodações a que determinados grupos já se ajeitaram. Um governo que precisa, a cada momento, dar explicações sobre a honorabilidade de seus quadros, desarmando uma bomba a cada dia, dificilmente terá energias de sobra para levar a cabo, com sucesso, a sua importante missão. O País precisa de um governo cuja composição seja fonte de tranquilidade, e não o oposto.

Na tramitação das reformas no Congresso, o presidente Michel Temer precisará recorrer à sua conhecida habilidade política para não se tornar refém da oposição. Não há qualquer razão para se tornar, por livre e espontânea vontade, refém de seus colaboradores.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.