Depois do mensalão, o PT fundou a única torcida do mundo que não sabe ganhar
PUBLICADO EM 12 DE NOVEMBRO DE 2010 Em vez de festejar a própria vitória, eles preferem celebrar a derrota dos outros. Em vez de confraternizar com os que cumpriram a ordem do chefe da seita e votaram em Dilma Rousseff, preferem errar pela internet à caça dos que optaram pelo adversário, para condená-los à danação […]
PUBLICADO EM 12 DE NOVEMBRO DE 2010
Em vez de festejar a própria vitória, eles preferem celebrar a derrota dos outros. Em vez de confraternizar com os que cumpriram a ordem do chefe da seita e votaram em Dilma Rousseff, preferem errar pela internet à caça dos que optaram pelo adversário, para condená-los à danação eterna sob uma chuva de insultos. Em vez de festejar nos blogs estatizados, onde se sentem em casa, preferem bater à porta ─ e ser escorraçados ─ dos que não estão à venda. Em vez de dormir sonhando com os oito anos de Lula, preferem seguir insones com os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.
Eles não sorriem, não se divertem, repetem milhares de vezes a histérica gargalhada eletrônica, nunca ficam alegres, simplesmente alegres. Reféns voluntários do ressentimento, portadores do rancor que proíbe o convívio dos contrários, são incapazes de expressar-se com serenidade: berram, urram, uivam, rosnam. Prisioneiros do pensamento único, não raciocinam, não refletem: recitam o que ouvem dos celebrantes de missas negras, fazem o que os comandantes ordenam, torturam o idioma e a lógica com o desembaraço dos que se dispensam de perder tempo com dúvidas. Sobretudo, não compreendem a ironia fina, uma forma superior de inteligência.
Porque só sabem viver possessos, os devotos da seita companheira jamais serão felizes. Foi assim antes da eleição deste outubro. E assim será até o fim dos tempos (ou do partido). Como tantas, a torcida fundada pelo PT depois do mensalão nunca soube perder. A novidade é que se tornou a única do mundo que também não sabe ganhar.