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Por Coluna
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Depois das aves, Maduro agora dialoga com bovinos

Apesar de todas as evidências, deputados brasileiros continuam a enxergar uma democracia em excesso numa ditadura escancarada

Por Branca Nunes 9 Maio 2017, 18h58

Depois de falar com aves, Nicolás Maduro surpreendeu o público de uma feira agropecuária em Caracas ao mostrar que agora conversa também com bovinos. “Convoco desde já a Constituinte”, disse o presidente venezuelano, cercado de correligionários , enquanto se aproximava dos currais. “Quero que vocês, líderes e produtores do campo, sejam os próximos deputados e os deputados da Constituição”. Então, estendeu um dedo para as vacas a sua frente e perguntou: “Vocês vão me acompanhar? Ou vocês querem protestos, violência e morte?” Os outros bichos não responderam.

O diálogo aconteceu no fim da semana passada, pouco mais de quatro anos depois que Maduro revelou ao mundo a espantosa aparição de Hugo Chávez um mês depois da morte: “De repente, entrou um passarinho e deu três voltas sobre mim”, contou, em abril de 2013. “Eu o senti aqui como uma bênção, nos dizendo: ‘Hoje começa a batalha. Rumo à vitória. Vocês têm nossa bênçãos’. Eu o senti da minha alma”.

Enquanto Maduro troca ideias com animais e dança em programas de televisão, líderes oposicionistas são presos, manifestantes são assassinados pela polícia em protestos de rua, o Judiciário tenta destituir a Assembleia Legislativa e o herdeiro da revolução de Chávez se perpetua no poder graças a plebiscitos de araque que permitem reeleições ilimitadas. Apesar de todas as evidências, ao menos quatro deputados brasileiros continuam a enxergar uma democracia em excesso numa ditadura escancarada.

“Resistam contra o avanço da direita fascista. Vamos às ruas em defesa do projeto da revolução bolivariana!”, conclamou o petista Paulo Pimenta num vídeo divulgado em 18 de abril deste ano. Na semana seguinte, Armando Cañizales, de 17 anos, transformava-se na 30ª vítima da Guarda Nacional Bolivariana. “Nós queremos levar a mais alta solidariedade ao povo da Venezuela e ao governo popular da Venezuela de Maduro. Há um terrorismo na América Latina, financiado pelo imperialismo, para derrubar os governos populares”, reforçou João Daniel (PT-SE). “Que o exemplo de Hugo Chávez, que o exemplo de Simon Bolívar venha nos inspirar diariamente e que parcela da população venezuelana, da direita venezuelana, respeite o direito constitucional do presidente Maduro e de todos aqueles qua constroem a Venezuela independente das forças hegemônicas internacionais possa prosseguir no seu caminho”, delirou Glauber Braga (PSOL-RJ)

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Carlos Zarattini (PT-SP) foi além: “Mais uma vez a gente tá assistindo a estratégia de desestabilização de um governo popular”, disse em outro vídeo. “Nós vimos isso em muitos lugares, vimos isso no Brasil, vimos isso agora, recentemente, há um ano atrás aqui em nosso país, o quanto não fez a elite brasileira para que se desorganizasse a economia, para que houvesse aumento da inflação e do desemprego. Por isso, povo venezuelano, está certo em lutar fortemente para defender o que é seu e o seu governo”.

Todos aproveitaram a bajulação a Nicolás Maduro para atacar o “governo golpista de Michel Temer”. Eles fingem não saber que, se falassem na Venezuela o que podem dizer aqui já estariam há muito tempo por trás das grades que Maduro hoje usa para enjaular um democrata como Leopoldo López.

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