Escolhido pelo presidente Michel Temer para assumir o Ministério da Justiça, Carlos Velloso responderá nos próximos dias se aceita ocupar a cadeira vaga com a saída de Alexandre de Moraes. Tudo indica que será uma boa notícia. Mineiro de Entre Rios, o jurista foi indicado para o Supremo Tribunal Federal por Fernando Collor de Mello em 1990 e permaneceu na Corte até 2006, quando foi aposentado ao completar 70 anos. Entre os muitos julgamentos dos quais participou esteve o do próprio ex-presidente, no qual Velloso votou contra Collor.

Entrevistado pelo Roda Viva em 7 de março de 2016, o jurista afirmou que nunca havia testemunhado uma soma de crises tão dramática quanto a que o país enfrentava na época. “A situação política e econômica é muito preocupante, mas considero ainda mais grave a crise ética”, disse.

Favorável aos métodos adotados pela Operação Lava Jato, aplaudiu o desempenho dos responsáveis pela devassa do Petrolão. “Graças a juízes como Sérgio Moro, ao Ministério Público e à Polícia Federal, o Brasil está aprendendo que todos são iguais perante a lei”, afirmou Velloso, que louvou os resultados obtidos pelo uso da delação premiada.

Ao dizer que o “povo tem fome de ética”, reiterou que existia fundamentação legal para a decretação do impeachment de Dilma Rousseff. “Mas essa medida também depende do ambiente político”, ressalvou, lembrando a importância das articulações no Congresso e o peso das manifestações de rua.

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