UE pede que bancos separem ações de varejo de operações de risco
Recomendação foi divulgada nesta terça-feira por grupo de acadêmicos e especialistas que se reuniu para examinar as estruturas bancárias
Um grupo consultivo da União Europeia se reuniu nesta terça-feira e recomendou que os bancos devem separar suas atividades de varejo de operações dos investimentos de alto risco para protegerem os correntistas e os países de eventos como os que desencadearam a crise financeira que se desencadeou com a quebra do Lehman Brothers, em 2008.
Os conselheiros também ressaltaram os riscos de financiamentos imobiliários, afirmando que estes deveriam ser apoiados em maiores reservas de capital. O grupo de acadêmicos e especialistas, criado pela Comissão Europeia para examinar as estruturas bancárias, foi liderado pelo presidente do Banco da Finlândia, Erkki Liikanen.
O relatório do grupo reacende um debate na Europa sobre a reforma dos bancos, mas é improvável que a Comissão Europeia responda em breve com novas regras. No momento, ela está mais preocupada em ganhar apoio para seu plano de união bancária para tornar o Banco Central Europeu (BCE) o principal supervisor dos bancos da zona do euro, medida que preocupa países de fora do bloco.
Separar as operações de varejo daquelas de alto risco está entre as propostas apresentadas para frear crises em bancos de investimento que arrastam junto bancos de varejo, poupadores e empresas que dependem deles. “O grupo concluiu que é necessário requerer a separação legal de certas atividades financeiras de risco daquelas de poupança dentro do grupo bancário”, afirmou o relatório.
“As atividades a serem separadas incluem a negociação de valores mobiliários e derivativos, e algumas outras atividades fortemente ligadas a valores mobiliários e mercados de derivativos”, acrescentou.
A recomendação deve afetar bancos europeus como Barclays, Deutsche Bank e BNP Paribas. “Este relatório vai alimentar nossas reflexões sobre a necessidade de novas ações”, disse Michael Barnier, comissário europeu encarregado pela regulação. “Vou considerar agora os próximos passos, pelos quais a Comissão vai avaliar o impacto destas recomendações sobre o crescimento e sobre a segurança e integridade dos serviços financeiros”, acrescentou.
(com Reuters)