Serviços têm queda no emprego pela 1ª vez em três anos
De acordo com o instituto Markit, além da perda de postos de trabalho, o índice de atividade do setor teve a maior contração desde 2009
O setor de serviços do Brasil intensificou o ritmo de contração em agosto e, pela primeira vez em três anos, registrou queda no nível de emprego. As conclusões são da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do instituto Markit, divulgada nesta quarta-feira.
O indicador teve sua segunda queda mensal ao recuar para 48,1 no mês passado – a maior taxa de declínio desde maio de 2009 – ante 48,9 em junho. A marca abaixo de 50 indica contração e acima deste patamar, expansão da atividade.
Os negócios diminuíram em todos os seis subsetores de serviços em agosto, com empresas citando enfraquecimento da demanda e perda de clientes. Perto de 13% das empresas pesquisadas registraram nível mais baixo da atividade.
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Emprego em queda – Diante desse cenário, o setor de serviços registrou a primeira queda mensal no nível de emprego desde julho de 2009. Esse subíndice recuou mais de cinco pontos em relação ao pico registrado em junho, ficando abaixo da marca de 50.
Cerca de 5% das empresas relataram perda de emprego, embora a taxa de contração tenha sido, de modo geral, moderada, diz o Markit.
O nível de emprego caiu em cinco subsetores de serviços em agosto, com exceção de “correios e telecomunicações”.
Futuro – Apesar do recuo da atividade e do emprego, os fornecedores de serviços em agosto permaneceram otimistas em relação às perspectivas de negócios em um ano. Cerca de 41% das empresas esperam que a atividade aumente nos próximos 12 meses. “A expectativa é que o crescimento econômico e a maior demanda venham a sustentar um aumento na atividade de negócios”, informou o Markit.
O Índice de Expectativas de Negócios, contudo, caiu em relação aos recordes registrados no primeiro semestre. De acordo com o Markit, o nível de otimismo é o mais baixo desde janeiro de 2011.
Na semana passada, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o seu Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 2,6% em agosto na comparação com julho. Essa piora na avaliação da FGV foi influenciada tanto pela percepção do setor em relação ao momento atual quanto pelas expectativas para os próximos meses.
(com agência Reuters)