O novo primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras,disse, nesta sexta-feira, que pedirá à União Europeia (UE) um prazo maior para cumprir os objetivos do plano de ajuste exigido por seus credores em troca do novo empréstimo. Contudo, o líder reconheceu que o processo de reformas “saiu dos trilhos”, em referência ao fato de o plano ter sido deixado de lado durante o duplo processo eleitoral vivido pela Grécia nos últimos meses.
“Pediremos a renegociação dos objetivos do programa de resgate para conseguir cumpri-los de verdade, não para evitá-los”, afirmou o primeiro-ministro no parlamento grego durante a apresentação de seu programa de governo.
A expectativa é que o país peça mais dois anos de prazo para reduzir seu déficit e implementar o ajuste orçamentário. Em troca, país promete acelerar as privatizações.
Samaras manifestou um compromisso de não reduzir mais os salários e as pensões, assim como a não aumentar mais os impostos, algo que a princípio poderia entrar em contradição com as exigências da “troika”, grupo formado pela Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).
Análise – Técnicos da “troika” continuam analisando as contas públicas do país e o andamento das reformas. Os dirigentes da equipe do Fundo Monetário Internacional, Poul Thomsen, do BCE, Klaus Masuch, e da Comissão Europeia, Matthias Mors, se reuniram nesta sexta-feira com o ministro de Trabalho, Yoannis Vrutsis, e, depois com o titular da Saúde, Andreas Lycurentzos. A Grécia deverá ser o tema central da agenda na reunião dos ministros de Finanças na segunda-feira.
Samaras, favorável à suavização das medidas de austeridade e à renegociação dos termos do plano de saneamento da economia, ditado pelos credores da Grécia, quer fazer avançar de maneira mais eficaz o plano para reduzir o déficit público, reformar a administração e privatizar boa parte das empresas públicas.
Ele também se comprometeu a acelerar as reformas estruturais para incentivar o crescimento e reduzir o desemprego, que dobrou desde 2010, ano que marca o início da crise da dívida.
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(com agências France-Presse e EFE)